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Abertura de lojas dá novo fôlego à economia cabofriense

Lojistas esperam superar a crise econômica com criatividade nos negócios

25 outubro 2017 - 10h18Por Fernanda Carriço
Abertura de lojas dá novo fôlego à economia cabofriense

Se, há muito tempo, crise tem sido palavra de ordem para os empresários de Cabo Frio, novos empreendimentos florescem aqui e ali e trazem a sensação de que, enfim, há luz no fim do túnel. 

São bares, restaurantes e lojas diversas recém-inaugurados – que, além de abrir postos de trabalho e oferecer mais opções ao consumidor, movimentam as ruas e dão nova forma à paisagem. Evidências de que, aos poucos, a maré está virando.

No histórico bairro da Passagem, novas casas continuam a surgir para somar ao já consolidado polo gastronômico, como a Taberna 30, à Rua Manoel Antônio Ferreira, e do Bamba Pub, na Avenida Hilton Massa. No Centro também há debutantes. É o caso do Botequim Chico Machuca, na Rua José Bonifácio, da loja Royals Modas, no Beco da Luz, esquina com a Major Belegard, e da pizzaria-choperia Ponto de Encontro, na Travessa Lions Clube, ao lado do Bradesco.

Tem mais. Nas Palmeiras, muito além da avenida de bons negócios que se transformou a Rua Porto Alegre, uma novidade desponta no Shopping Park Lagos: a abertura de uma filial da rede Supermarket, prevista para o mês que vem. E o melhor: o mercado está contratando para todas as funções.  

“Fazer o que já existe
é chover no molhado”

A realidade, evidentemente, não é um conto de fadas. Para se destacar no mercado, é preciso doses generosas de persistência. E muita, muita criatividade. Foi a lição aprendida por Rodrigo Leitão, que, após decidir dar um tempo do ofício de professor, sentou na cadeira de aluno num curso de gastronomia e tomou coragem para se tornar empresário.  

– Fazer algo que já existe no mercado é chover no molhado. Você tem que encontrar o seu diferencial. O pulo do gato é surpreender – diz ele, proprietário do Botequim Machuca. 

Uma das sócias da Royals Modas, aberta há uma semana, Stéphany Meirelles, aposta que o fim da crise está cada vez mais nítido no horizonte. 
– A imobiliária contou que outras pessoas têm procurado lojas para abrir comércio – diz ela, que comanda a loja ao lado da irmã Joana Meirelles.

Não muito longe dali, no Ponto de Encontro, o garçom William de Moura era todo sorrisos.

– O dono tinha apenas uma loja, no Peró. Mas surgiu uma brecha para abrir outra no centro e ele não perdeu tempo – conta.

Na visão da coordenadora regional do Sebrae, Ana Cláudia Vieira de Mello, empresários mais novos têm visto oportunidade nos negócios num momento de crise.

– O empresário teve que se mexer, sair da zona de conforto, fazer coisas diferentes para obter resultados diferentes.

Além disso, Ana Cláudia destaca a união de esforços de órgãos como Sebrae, Convention Bureau, Sindicato de Hotéis e Restaurantes e poder público. A criação do Polo Gastronômico da Passagem, assegura ela, só foi possível graças à união de esforços. 

– O sucesso do polo é fruto de planejamento e união dos empresários. Com isso, está atraindo olhares de novos investidores. Além disso, está havendo o fortalecimento turístico, como na hotelaria. Aqueles que estão se reinventando, se renovando, buscando novas estratégias, estão se ampliando.

Presidente do Polo Gastronômico da Passagem, que atualmente conta com cerca de 22 empresas, Guilherme Ferreira reconhece as conquistas, mas pondera que muito ainda há de ser feito.

– O bairro tem os tipos mais variados de gastronomia e entretenimento, desde restaurantes mais modernos até os feitos nas antigas casas coloniais. A fórmula do sucesso é a união. 

O presidente da Associação Comercial, Eduardo Rosa, observa um novo comportamento do consumidor. Ele diz que as pessoas estão “voltando a gastar” e acredita que esta alta temporada será bem melhor que no ano passado. 

– É um processo lento, mas há muitas melhoras. 

Já o coordenador de Indústria e Comércio da Prefeitura de Cabo Frio, Bernardo Ariston, diz que o momento é “ímpar”.

– Quando a iniciativa privada se une, no sentido de que algo tem que ser feito independentemente do poder público, a tendência é colher a curto e médio prazo bons resultados  – destaca.