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Sal Cisne comemora liderança e prêmios mantendo investimentos e empregos

Sal grosso produzido pela empresa foi considerado o melhor entre os paulistas

30 agosto 2018 - 10h01
Sal Cisne comemora liderança e prêmios mantendo investimentos e empregos

RODRIGO BRANCO

A Refinaria Nacional de Sal, que fabrica o Sal Cisne, irá completar 70 anos de fundação em 2019, mas demonstra a solidez e a vitalidade características de um adolescente dentro da indústria alimentícia. Única empresa remanescente dos tempos áureos das salineiras na Região dos Lagos, em meados do século passado, a refinaria Sal Cisne aposta na competitividade e na modernização dos processos para manter a liderança de mercado no segmento. Tudo isso com um produto legitimamente cabofriense, fabricado no próprio parque industrial, de 10 mil metros quadrados de área construída.

Para brindar a boa fase, a empresa recebeu dois importantes prêmios recentemente. Em pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha para o jornal Folha de São Paulo, o sal grosso produzido pela empresa foi considerado o melhor entre os paulistas. Pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, a refinaria foi agraciada como “Destaque Empresarial na Gestão Eficiente da Água”, no seminário Firjan de Ação Ambiental: Tecnologias e Práticas 2017. O diretor industrial José Augusto Cardoso destaca a diferença no processo de produção em relação aos concorrentes que ficam no Nordeste do Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte, como determinante para a qualidade.

– Eles fazem a produção em grande escala, em grande latifúndio e produzem o sal na própria salina. No nosso processo, a salmoura (solução de água saturada de sal) produzida na salina é a matéria prima utilizada durante a vaporação forçada. A cristalização do sal fazemos em tanques na fábrica de Cabo Frio. Nosso produto tem um controle mais rigoroso, mais estável e de mais qualidade. Tanto que ele é conhecido no mercado por essa característica. Isso é percebido pelo consumidor e pela indústrias que consomem o produto. Nesse sentido, viemos aprimorando o processo para melhorar a qualidade e a produtividade – explica o executivo.

Empresa emprega em torno de 500 pessoas

O diretor industrial comenta que há cerca de cinco anos, a empresa fez um grande investimento para aumentar a capacidade de produção, que hoje é de 20 mil toneladas por mês. Entretanto, a refinaria opera entre 70% e 80% desta capacidade. A movimentação garante o emprego direto de aproximadamente 500 pessoas. Outras 300, entre prestadores de serviço e fornecedores, são ocupadas indiretamente no fluxo de trabalho.

– A gente logicamente foi afetado por toda essa crise e teve que fazer uma série de adequações pra melhorar a eficiência do negócio, fundamental para a manutenção dele e para passar pelo momento de instabilidade que o pais vive. Em nenhum momento, deixamos de investir e buscar novos caminhos e melhorar nosso ambiente de negócios e o resultado final. A gente vem mantendo os empregados e os investimentos, em ritmo menor – comenta José Augusto.

Ao mesmo tempo em que cultiva a tradição, a refinaria se ampara na estrutura moderna, que atende ao varejo e à indústria, além de apoiar setores como o de marketing, tecnologia da informação e controle de qualidade.

Porto fechado prejudica e aumenta custos

Se a hegemonia no mercado é motivo para ser comemorado, há questões a se preocupar. O Porto do Forno, em Arraial do Cabo, segue com problemas de licenciamento, e a próxima carga, de 30 mil toneladas, prevista para chegar setembro, terá que ser novamente desembarcada no cais do Rio de Janeiro. A questão afeta exatamente a produção do sal de churrasco, que foi premiado em São Paulo.

O produto que tempera as carnes de festas por toda Região Sudeste é feito a partir do beneficiamento e purificação do sal grosso bruto que chega do Nordeste e do Chile. As tarifas do porto carioca são ligeiramente superiores que o correspondente cabista, mas o desembarque na capital aumenta consideravelmente o preço do frete, por causa da distância maior, de acordo com o diretor José Augusto Cardoso.

Contudo, as dificuldades deixam o sucesso mais saboroso para a diretoria da empresa. Segundo a gerente de desenvolvimento de novos produtos, Ednéa Buesso, o Sal Cisne fez por merecer o reconhecimento e a presença na mesa de muitos brasileiros.

– A gente não ganhou o prêmio por causa do sal grosso, mas o Sal Cisne é sinônimo de sal. É líder na maioria das pesquisas. É o mais lembrado porque, de fato, é o mais utilizado. A gente fica honrado de ser premiado junto com outras marcas que são fortemente reconhecidas. Entendemos que a gente está num grupo seleto que está na lembrança do consumidor. Temos raízes na Região dos Lagos e a gente queria celebrar com a região esse reconhecimento de São Paulo – conclui a executiva, que atua na sede da empresa na capital paulistana.