A Rodoviária Aléxis Novellino, que fica lotada de turistas na alta temporada, está muito aquém da qualidade que se espera para o desembarque num destino turístico como Cabo Frio. São muitos os problemas: estrutura precária e antiga, presença de animais abandonados, sujeira e sensação de insegurança, principalmente à noite. O terminal é administrado pela Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais (Coderte), vínculado à secretaria estadual de Transporte.

A técnica de enfermagem Maria Luísa de Freitas, moradora da cidade, entende que muita coisa tem que mudar por ali.

– Acho que a rodoviária é muito congestionada, muita confusa, pois falta organização. Estou indo de Cabo Frio a Rio das Ostras, numa viagem, em média, de uma hora e meia. Uma cidade turística tem que oferecer um mínimo de informações ao turista que vem nos visitar. Caso contrário, ele fica completamente perdido, sem orientação. Isto sem contar que, para quem chega aqui, predomina uma impressão de insegurança, admitiu.

A secretária de Turismo de Cabo Frio, Fabíola Bleicker, admitiu a existência de irregularidades na rodoviária, mas lembrou que a responsabilidade da gestão é da Coderte.

– No primeiro semestre do ano passado, enviamos ofício à companhia, solicitando providências para realização de reformas, como o aumento do espaço físico que garanta melhor conforto aos usuários, a remodelação paisagística com a criação de jardins no entorno, a recuperação dos banheiros e o reforço da equipe de limpeza para manutenção do asseio nas dependências da rodoviária, explicou.

Depois do ofício, continua Fabíola, duas outras reuniões presenciais foram feitas com a diretoria da Coderte, que se comprometeu a fazer os reparos. Entretanto, mudança alguma ocorreu até agora.

– Chegamos a disponibilizar dois funcionários da prefeitura para fazer a limpeza do local, mas, recentemente, fomos obrigados a chamá-los de volta para exercerem suas funções anteriores, acrescentou a secretária que tem a expectativa de melhorias com a mudança na administração da Coderte.
O vice-presidente do Convention Bureau de Cabo Frio, Radamés Muniz, destaca a necessidade de uma mudança de concepção do uso do receptivo turístico local. Para ele a cidade precisa construir uma nova rodoviária próxima ao aeroporto da cidade, enquanto a atual seria transformada em terminal de integração, mas sob outra concepção, que incluiria bares, restaurantes, cafeterias, como estabelecimentos credenciados.

– Numa cidade de altas temperaturas, o turista tem que se sentir confortável e contar com salas climatizadas. A infraestrutura turística da cidade não acompanhou o crescimento populacional da cidade. Perdemos a oportunidade, alguns anos atrás, de investirmos na modernização do setor, quando a arrecadação municipal e do Estado estava em melhores condições do que agora.

A assessoria de imprensa da Coderte não respondeu aos questionamentos.