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Amaury Valério

Programa do Amaury: No ar e ao lado do povo

Há 29 anos na rádio, programa faz aniversário hoje e renova laços com o público

05 junho 2018 - 09h30Por Rodrigo Branco I Foto: Divulgação
Programa do Amaury: No ar e ao lado do povo

Oito da manhã em ponto. A simpática e inconfundível vinheta seguida do ‘alôôôô’ em voz grave do comunicador e jornalista Amaury Valério prenunciam mais uma manhã de muitas notícias. Pela três horas seguintes, o ouvinte do programa líder de audiência na região vai ficar ligadinho em uma atração, que é uma mistura de informação, entretenimento e utilidade pública. Hoje, a agitada rotina completa 29 anos. Com direito a uma comemoração em grande estilo no Costa Azul Iate Clube, mas não sem antes cumprir o ritual de quase três décadas de ser o companheiro matinal do público. Uma vocação que esse amazonense nascido há 59 anos em Eirupené (cidadezinha a mais de 1.200 Km de Manaus, quase na divisa com o Acre) nem imaginou que pudesse ser diferente, quando chegou para morar de vez em Cabo Frio, em 1988.

– Eu só sei fazer isso. Não sei fazer outra coisa. Quando a gente veio (do Amazonas) imaginou fazer um programa, mas o tempo quem ditou foram os ouvintes. Enquanto me aturarem, continuarei fazendo (risos) – disse, para tentar explicar o motivo da longevidade do seu Programa Amaury Valério, que vai ao ar de segunda à sexta, das 8h às 11h15 na Rádio Ondas FM (97,7 Mhz).

O comunicador arrisca uma teoria para a fidelidade do ouvinte: ouvir o que ele tem a dizer e estar sempre ao seu lado. A postura, ele explica, já causou diversas inimizades ao longo dos últimos 29 anos. Mas Amaury não apenas não se arrepende como diz que essa pegada popular é justamente a marca registrada do programa. Com tanto tempo de estrada, ele diz que não se recorda do momento mais marcante em todos esses anos de programa, mas fala com carinho de uma das suas ações preferidas nesse período.

– O que mais me marca é de dois em dois anos levarmos as crianças (alunos da rede pública) para a Bienal do Livro, no Rio. Eu acredito muito na leitura como a saída para um monte de problemas – comenta Amaury.

O apreço pelo cunho social do programa é compartilhado por um dos colegas de  trabalho de Amaury, o experiente repórter Alcineu Ribeiro que, em novembro, completa 19 anos de parceria com o apresentador. Dizendo-se o ‘profissional mais realizado da face da Terra’, o jornalista elege as matérias que falam da resolução de dramas humanos como as suas favoritas.

– Minha grande felicidade de trabalhar nesse programa é que além da responsabilidade de fazer radiojornalismo com toda isenção, tem um diferencial, que é um papel social muito importante, de reconstruir vidas. Temos histórias de irmãs, por exemplo, que não se viam há 30 anos. Uma morava em São Gonçalo e a outra, aqui no Guarani e nós fizemos o reencontro. São muitas histórias nesse contexto. É por isso o meu amor tão grande por esse programa – relata.

Nos bastidores, o carrossel de emoções não é menor. Pelo contrário, dentro da pequena salinha, as produtoras Miriam Rezende e Michelle Canciler se desdobram para que tudo saia perfeito. Elas controlam as entradas dos repórteres, anúncios, convidados, leem as mensagens dos ouvintes e muito mais. O contato direto com o público, então, é um caso à parte. Michelle diverte-se ao contar os inúmeros casos de interação com o ouvinte, apesar das grosserias de alguns que não conseguem ver seus problemas resolvidos com a intermediação do programa. A jovem, que começou como estagiária do programa, eventualmente substitui o chefe em caso de necessidade.

– Um dos dias marcantes foi quando o Amaury teve que sair correndo do estúdio para resolver um problema pessoal e eu tive que assumir seu lugar. Nem sei como consegui de tão nervosa que estava. Acho também que se não tivesse sido no susto, não teria coragem. Até hoje fico toda boba quando ele me cede o lugar pra apresentar. Sem dúvida, são meus dias prediletos. Sou muito grata pela oportunidade e de fazer parte desses 29 anos de história – comenta Michelle.

Recentemente, o programa passou a ser transmitido ao vivo pela sua página na rede social Facebook. Mas se o presente é de incursão por novas mídias, o futuro ele não se atreve a prever.

– Fico superagradecido por essa longevidade. Não é como um programa com tanto tempo no ar. Mas o futuro quem molda é quem nos ouve. O que agrada, a gente fortalece. O que não agrada, a gente elimina. Estamos ligados na necessidade da comunidade – ensina Amaury Valério, seguindo ao pé da letra a citada vinheta de abertura, que diz que “ele leva a sério o que o povo diz”.

Reconhecimento vem das autoridades e da imprensa

Com tantos anos no ar, o programa desempenha um trabalho de utilidade pública que não passa despercebido das autoridades, sobretudo, as da área de segurança. Embora haja uma relação de parceria, o apresentador não hesita em cobrar melhorias quando acha necessário. O resultado é credibilidade e respeito de todos.

– É um programa que vem ao encontro dos anseios da população. Trata de temas de importância da cidade, como a segurança. Quero parabenizá-lo pela utilidade pública – disse o comandante do 25º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel André Henrique de Oliveira.

O responsável pelo Comando dos Bombeiros da Baixada Litorânea, coronel Leonardo Couri tem o programa como um aliado.

– Desde quando assumi o 18º GBM, ele faz esse trabalho de divulgação das nossas ações na mídia, o que é muito importante para nós – reconhece.

Mesmo há pouco tempo na cidade em relação às demais autoridades de segurança, o delegado-titular de Cabo Frio, Marcello Maia enaltece a importância do programa.

– Amaury é uma pessoa que é vocacionada a atender, informar e ajudar a população, sempre através de notícias, debates e entrevistas, que venham a oferecer a devida explicação, elucidação, aprofundamento, além da contextualização dos fatos à população – diz ele, que chamou o programa de ‘patrimônio imaterial de Cabo Frio’

O reconhecimento também vem dos próprios colegas de imprensa. Para o fundador da Folha, jornalista Moacir Cabral, Amaury é um ‘ícone na imprensa regional’. Com 28 anos de circulação, o jornal é contemporâneo à criação do programa de rádio.

– O sucesso não foi uma vontade própria, sem dúvida, mas a resposta de um público que prestigia a versatilidade e a responsabilidade de Amaury Valério – afirma.