Alunos da rede municipal de educação de Cabo Frio amanheceram sem aula nesta terça-feira (27). É que os profissionais da área decidiram decretar greve de 24 horas. Esta foi a segunda greve decretada somente este ano, durante o governo do prefeito Serginho Azevedo. Entre as motivações, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe Lagos) está o fato de que a categoria está há três anos sem nenhum tipo de reajuste salarial.
Desde que Serginho foi eleito em outubro do ano passado, a coordenação do sindicato tenta, sem sucesso, manter um diálogo com o chefe do Executivo. Em novembro de 2024, cerca de um mês antes da posse oficial, a Folha chegou a antecipar que o novo prefeito herdaria uma Secretaria de Educação com dívidas milionárias, infraestrutura escolar precária, denúncias de superfaturamento na merenda e condições de trabalho precarizadas.
Desde janeiro deste ano o Sepe Lagos também tentava usar a tribuna da Câmara de Vereadores para denunciar a falta de transparência na gestão da educação municipal, além do descaso com pautas históricas da categoria, como o pagamento do piso salarial, o calendário de reajustes, e a regularização dos contratos temporários. Segundo o sindicato, todos os pedidos de uso da tribuna foram ignorados ou barrados pela presidência da Casa. A permissão foi dada somente em abril, após denúncia pública feita pelo sindicato, que utilizou o espaço para reivindicar investimentos na área, a valorização dos profissionais da educação, a convocação dos concursados, além de denunciar irregularidades do Processo Seletivo. Também cobrou do poder Executivo a abertura de um diálogo efetivo com a categoria, “principalmente com respeito à urgência de um reajuste salarial, que em 2025 — até o momento — está sendo negado pelo terceiro ano consecutivo”, e também sobre o descumprimento do Piso Nacional do Magistério pela prefeitura de Cabo Frio.
A Folha dos Lagos solicitou nota oficial à Prefeitura, mas ainda não houve retorno.