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Na CPI das Pirâmides, Glaidson diz ter recursos para quitar R$ 9 bilhões em dívida

Diretor da GAS, no entanto, não concede acesso a carteiras digitais às autoridades

12 julho 2023 - 17h30Por Redação
Na CPI das Pirâmides, Glaidson diz ter recursos para quitar R$ 9 bilhões em dívida

Glaidson Acácio dos Santos, que ficou conhecido como "Faraó dos Bitcoins", afirmou nesta quarta-feira (12), em depoimento na CPI das Pirâmides, que tem recursos suficientes para pagar seus credores. A empresa GAS, que prometia rentabilidade de ganhos de 10% ao mês com operações em criptomoeados, foi desmantelada após operações da Polícia Federal e do Ministério Púiblico. De acordo com a Justiça, a GAS tinha 89 mil clientes e saldo devedor de R$ 9 bilhões, enquanto que os ativos encontrados com Glaidson chegariam a apenas R$ 200 milhões. O diretor da GAS afirmou que poderia pagar todo o saldo devedor em carteiras digitais, cujos acessos não concedeu às autoridades. 

— Eu vou devolver o dinheiro das pessoas, nós temos o dinheiro das pessoas. As outras partes estão nas plataformas e nós temos o recurso para pagar as pessoas. Esses recursos foram apreendidos pela Polícia Federal e o delegado foi no presídio me pedir a senha desses criptoativos que estão em domínio da PF, porque eles não têm acesso porque a senha é criptografada. Há recurso que estão livres e desimpedidos, só que a PF não tem a senha. Eu tenho a senha. Não passo porque eu voltar com a minha empresa.

A narrativa, no entanto, foi contestada por deputados em diversos momentos. Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR) foi um dos que questionou o modelo de negócios da GAS.  

— O maior investidor do mundo se chama Warren Buffett, um bilionário americano. Investidor há mais de 50 anos. Nos seus melhores anos, ele teve 20% de rendimento ao ano. E nós temos aqui diante de nós um gênio, então, que consegue dar 10% ao mês, 120% ao ano.

Glaidson também ouviu perguntas sobre supostas participações em homicídios de pessoas que também ofereciam serviços financeiros. 

Glaidson e a esposa, a venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, foragida desde 2021, são acusados de montar esquema de pirâmide financeira com a fachada de investimento em bitcoins. Bitcoin é uma criptomoeda, ou seja, um tipo de dinheiro totalmente digital, que não é emitido por nenhum governo (como é o caso do real ou do dólar, por exemplo) e pode ser negociado sem intermediários, como bancos.

Glaidson cumpre prisão preventiva após a primeira fase da Operação Kryptos, deflagrada pela Polícia Federal em agosto de 2021.

O esquema operado pela GAS movimentou cerca de R$ 38 bilhões por meio de pessoas físicas e jurídicas no Brasil e no exterior, com promessa de remuneração de 10% ao mês com supostos investimentos em criptomoedas.

"O suspeito é acusado de cometer crimes contra o sistema financeiro junto com outras 16 pessoas, e a Polícia Civil do Rio de Janeiro também investiga seu envolvimento como mandante de um homicídio", diz o autor de um dos pedidos de convocação de Acácio, o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), presidente da CPI.

Acácio foi convocado atendendo também a pedidos dos deputados Luciano Vieira (PL-RJ) e Caio Vianna (PSD-RJ).

"Um dos principais objetivos é recuperar os ativos da empresa e, com isso, pagar os credores. Os administradores da massa falida já cadastraram 127 mil clientes, que declaram total de R$ 9,9 bilhões em créditos", informa Vieira. Já Caio Vianna alerta que o número de vítimas do golpe pode ser ainda maior. "A estimativa é que até 300 mil pessoas tenham sido lesadas pelo esquema da GAS".

O depoimento de Acácio será tomado no plenário 8, a partir das 13 horas.

COMISSÃO

A CPI  foi instalada para investigar esquemas de pirâmides financeiras com uso de criptomoedas. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao todo, 11 empresas teriam realizado fraudes utilizando moeda digital, como a divulgação de informações falsas sobre projetos e promessa de rentabilidade alta ou garantida para atrair as vítimas e sustentar o esquema de pirâmide.

A comissão foi instalada em junho e tem 120 dias para concluir os trabalhos. Prazo que pode ser prorrogado por mais 60 dias, desde que haja requerimento assinado por 1/3 dos deputados.

*Com informações de O Globo e Agência Câmara de Notícias.

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