A Justiça determinou o arresto de mais de 9 milhões de metros quadrados das terras onde ficava a antiga Companhia de Salinas Perynas, em Cabo Frio. O objetivo da decisão, noticiada esta semana pelo jornal O Globo, é garantir o pagamento de valores que não teriam sido quitados pelo atual proprietário aos antigos donos. O atual proprietário, que nega a existência de dívidas e, segundo representantes, deve se pronunciar nos próximos dias, planeja realizar um grande empreendimento no local, incluindo loteamentos, hotéis, centro de pesquisa, instalação de indústrias e até um oceanário, conforme a Folha noticiou em primeira mão há dois meses.
O projeto do novo empreendimento está, inclusive, sob análise da Prefeitura de Cabo Frio para a liberação da documentação necessária para as autorizações. Segundo nota enviada pelo escritório Schwartz Advogados, que representa os antigos proprietários, “a empresa HL Negócios e Serviços Ltda, que adquiriu o espaço para construção, está inadimplente com os antigos donos das terras – um grupo formado por quatro outras empresas – devendo a maior parte da quantia”.
– A inadimplência da HL coloca em risco a execução do projeto na cidade de Cabo Frio, porque em ação proposta pelos antigos donos do local onde será erguido o oceanário a Segunda Câmara Cível do TJ-RJ confirmou decisão que determinou o arresto das terras do empreendimento para garantir a quitação do que falta. Isso pode levar os investidores a procurar outro lugar para o projeto, o que fará Cabo Frio ter perda econômica e financeira, pois deixará de atrair turistas e gerar os empregos consequentes da edificação do oceanário – diz a nota.
Nova Cabo Frio – O imbróglio na Justiça teve início após a revelação de que um amplo projeto está sendo elaborado para ocupar os cerca de 11 milhões de metros quadrados da área onde ficava a antiga Companhia de Salinas Perynas. O projeto está sendo chamado de “Nova Cabo Frio”, já que irá englobar diversos empreendimentos em uma área que correspondente a todo o centro de Cabo Frio com os bairros do entorno, como Vila Nova, Jardim Caiçara e Braga.
O planejamento engloba um investimento inicial com a construção de um oceanário, que seria o segundo maior do mundo, atrás apenas do oceanário de Georgia, nos Estados Unidos, em parceria com o Instituto Internacional de Pesquisas X Mar. A partir do oceanário a ideia é atrair investimentos de outras empresas nas áreas de construção civil e turismo, além de indústrias como, por exemplo, do setor automobilístico.