RODRIGO BRANCO
O gás de cozinha está em falta em Cabo Frio. Ontem, a reportagem entrou em contato com distribuidoras de toda a cidade e praticamente todos estavam sem os botijões GLP de 13 Kg, comumente usados para consumo residencial. As distribuidoras já haviam feito pedido de reposição, mas os caminhões de entrega estão retidos na estrada em função da greve da categoria.
Os estabelecimentos que ainda tem o produto fazem a venda de forma agendada, com preços em torno de R$ 80. O valor médio normalmente cobrado é R$ 70.
– Temos gás, mas só para depois das 15 horas. Não temos estoque ‘pra nada’ – comentou um distribuidor, que atende no Jardim Peró, no Caminho de Búzios e até em São Pedro da Aldeia.
Em uma grande distribuidora, que fica na Avenida América Central, na Praia do Siqueira, o nome dos clientes estão sendo anotados em uma espécie de ‘fila de espera’ para quando a situação for normalizada.
– Esse é o quarto dia que não recebemos e é o segundo com estoque zerado. Estamos aguardando esse greve dos caminhoneiros – disse, ao telefone, uma atendente da empresa.
A situação afeta não apenas as grandes distribuidoras como os pequenos varejistas de bairro. Em outros pontos comerciais, como um que fica na Avenida Joaquim Nogueira, em São Cristóvão, o botijão ainda pode ser encontrado, mas desde que o cliente vá ao local, o que não é tarefa fácil em tempos de combustível racionado.
Em Arraial do Cabo, a situação é parecida. Segundo a reportagem apurou, pontos de venda e distribuidoras já não tinham botijões para vender na noite de quinta-feira.
Postos a zero
Ontem, nos postos de Cabo Frio, já não havia mais gasolina e etanol nas bombas de combustível. Apenas os estabelecimentos que trabalham com GNV continuam em funcionamento. Com isso, o cenário está completamente diferente do registrado nos últimos dias, de filas imensas. Postos que não trabalham com o gás natural veicular estão às moscas.
O prolongamento da paralisação dos caminhoneiros agrava também o desabastecimento nos supermercados da cidade. Diversos gêneros de hortifrutigranjeiros estão em falta nas gôndolas.
Em um estabelecimento, no centro de Cabo Frio, funcionários usaram a estratégia de espalhar caixas de ovos pelo setor de verduras e legumes para diminuir os espaços vazios.
*Foto: Agência Brasil