Este ano o comércio de Cabo Frio vai entrar no período de Natal dividido entre otimismo e cautela. Enquanto a Associação Luta Pelo Comércio projeta crescimento no faturamento, a Associação Comercial (Acia) prevê queda nas vendas, impulsionada pela crise econômica e pela mudança de comportamento do consumidor.
Em entrevista à Folha, publicada na última edição impressa do jornal, o presidente da Associação Luta Pelo Comércio de Cabo Frio, Wagner Lucas Oliveros, disse que apesar de o ano não ter sido bom para o setor, a expectativa para o Natal é positiva.
– Nossa expectativa para o Natal é boa. A gente teve um ano aí que não foi bom, mas tem a expectativa de faturamentos 10% acima do ano passado - revelou, afirmando que os segmentos mais beneficiados neste período serão os ligados à moda como vestuário, calçado, moda íntima, moda praia e roupas no geral.
Renato Marins, presidente da Acia, vê a situação com mais cautela:
– A expectativa é de queda nas vendas em relação ao ano passado. As pessoas sempre vão comprar algum presente, só que mais barato por causa da crise. E eu vejo isso pela venda de mercadorias de Natal: o bacalhau está mais barato, mas com menos estoque à disposição porque a expectativa de vendas é menor. Ano passado, por exemplo, teve muito encalhe de mercadoria nos mercados. O setor da alimentação será o menos afetado nas vendas de fim de ano. O de tecnologia, mais ou menos, porque as pessoas dependem muito disso. Mas o setor de roupas e calçados será mais afetado pela queda nas vendas porque houve uma mudança no comportamento de consumo em todo o mundo - afirmou Renato.
Apesar da divergência sobre as vendas, os presidentes das duas entidades concordam que os consumidores devem sair às compras do presente de Natal nos próximos dias. A previsão, segundo eles, é de que isso aconteça já a partir desta semana. A exceção fica por conta dos mercados que, segundo Renato Marins, já registram algum movimento.
Os dois também concordam que o impacto nas vendas de Natal está diretamente ligado ao atual cenário econômico nacional, com alta nos preços de vários produtos.
– O cenário econômico no Brasil é muito ruim, mas a perspectiva é de faturamentos um pouquinho acima do ano passado, porque a gente teve alta de preços também. Isso influencia no preço do produto - defende Wagner. “Para o mercado de trabalho a situação melhorou, mas para o comércio, ainda temos muitos reflexos da pandemia”, completou Renato.
Sobre o mercado de trabalho, o presidente da Associação Luta Pelo Comércio afirma que as contratações temporárias para o período já começaram.
– E provavelmente esses funcionários têm chance de ser efetivados se eles trabalharem melhor do que os funcionários que já estão na empresa - explicou.




