Este domingo, dia 3 de abril, é uma data histórica para os empresários de Cabo Frio: nesse dia, em 1932, era fundada a oitava associação comercial mais antiga do estado do Rio de Janeiro (as outras, são, respectivamente, Cantagalo, Santo Antônio de Pádua, Nova Friburgo, Macaé, Campos dos Goytacazes, Petrópolis, e Rio de Janeiro, a mais antiga, fundada em 1809).
Nascida com nome de Associação Comercial de Cabo Frio, ela também já foi Industrial e Agrícola, e atualmente é conhecida como a Associação Comercial, Industrial e Turística de Cabo Frio. Para comemorar os 90 anos da Acia (sigla que resume o nome da entidade), o presidente Renato Marins anunciou uma missa neste domingo (3), às 18h, na Igreja Matriz Auxiliar, no Centro da cidade, e um culto, no próximo dia 10, às 19h, na Segunda Igreja Batista do Braga (Rua Omar Fontoura, 117).
Apesar de ter sido criada em 1932, o registro oficial de fundação da associação foi feito somente em 8 de abril de 1940, nas folhas 028 e 029 do livro Nº A-1, número de ordem 11, do Cartório do 1º Ofício de Justiça. No documento consta que a Acia foi criada para ser uma entidade de classe, composta de número ilimitado de sócios, a partir de 30, organizada em conformidade com o Decreto Nº 19.440, de 19 de março de 1931.
Entre os objetivos da recém fundada associação comercial, estavam: reunir todos aqueles que exercem suas atividades na profissão de comerciante; promover pelos meios de seu alcance, a melhoria da associação, pleiteando e defendendo os interesses dos seus associados junto ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio; cooperar, junto aos Poderes Públicos, a fim de ser salvaguardados em qualquer emergência os interesses do município de Cabo Frio, e de seus circunvizinhos, entre outras finalidades.
A primeira diretoria da Acia era formada por 12 membros, com mandato de 1 ano, sem direito à reeleição, e já começou sendo pioneira, tendo uma mulher, Maria Salles, como vice-presidente. A diretoria também teve dois ex-prefeitos: Aracy da Costa Machado (presidente) e Nicanor Pereira Couto (2º secretário). O 1º tesoureiro foi o escritor, advogado, empresário da comunicação e fundador da Rádio Cabo Frio AM, Hilton Massa. Também fizeram parte da primeira diretoria, Félix Moreira Duarte de Azevedo (1º secretário) e Farah Elias (2º tesoureiro). O Conselho Fiscal era formado por Gustavo Beranger, Deodoro Azevedo e Nazário Trindade. Já a Comissão de Exame de Contas, tinha Miguel Elias Farah, Djalma Azevedo e Admaris Pinto de Oliveira.
Atualmente o mandato da Acia é de dois anos, com possibilidade de reeleição. Natural de Magé, Renato Marins é o atual presidente da entidade desde maio do ano passado. Esta é a terceira vez que ele comanda a Associação Comercial: as outras duas foram nos anos 90, quando o mandato ainda era de apenas 1 ano com possibilidade de uma reeleição. Já o atual vice-presidente é o empresário Eduardo Rosa, que também já foi presidente entre 2017 e 2019.
– Quando a Acia foi fundada, Cabo Frio não tinha quase nada. A economia girava em torno do sal e do pescado. Para se ter uma ideia, quando conheci Cabo Frio, em 1966, ainda estavam falando da construção da Ponte Rio/Niterói, que era a esperança de gerar desenvolvimento por aqui – contou Renato.
Apaixonado pelo associativismo, o atual presidente da Acia traz na bagagem uma vasta experiência: em 1962, aos 22 anos, foi diretor da Associação Comercial do Plano Piloto, em Brasília; em 1967 reativou a Associação Comercial de Magé, que estava paralisada há 14 anos. Quando chegou em Cabo Frio, foi diretor da Acia por alguns mandatos antes de chegar à presidência da entidade.
– Eu diria que o pior momento para os comerciantes, nos 90 anos da Associação Comercial de Cabo Frio, foi agora, com a pandemia. Infelizmente, muitos empresários não resistiram, e fecharam as portas. Foi um momento muito difícil – afirma Renato.
Sobre os desejos em comemoração ao aniversário histórico, Renato Marins é direto: sonha em ver o projeto de turismo para a baixa temporada ser finalmente implantado. O empresário lembra que a ideia é antiga (foi apresentada pela primeira vez em 2002, quando estava presidente da Associação de Hotéis), mas espera que, desta vez, seja colocada em prática.
– Quem vem pra Cabo Frio na baixa temporada não tem muito o que fazer. Se tiver sol, vai para a praia. Mas, e se chover? Precisamos resgatar eventos de qualidade, que deram certo, como a Festa Portuguesa; investir em eventos que já acontecem e são sucesso, como o Festival Gastronômico. Temos que pensar os eventos divididos em três trimestres: março, abril e maio; junho, julho e agosto; setembro, outubro e novembro. Ter como público alvo inicial pessoas que moram num raio de 250km de Cabo Frio, e que utilizam as vias rodoviárias, e também as pessoas de outros estados que viajam de avião e desembarcam aqui. Temos que ter eventos esportivos, históricos, de aventura, gastronômicos, culturais, religiosos e até de negócios, através de feiras. Tudo isso desenvolvido em parceria com a Associação Comercial, Prefeitura, Associação de Hotéis, Sebrae, Senac, Sindcom, Convention, Associação de Moradores, Associação Médica e outras entidades. Tinha isso já montado lá atrás, mas na época não houve entendimento. Agora, já comecei a conversar sobre isso com a nova secretária de Turismo. Seria um presente enorme para os 90 anos da Acia ver esse projeto, finalmente, ser implantado – finalizou.