Aos 63 anos, 40 deles dedicados à musica, Álvaro Luís Correa dos Santos, o Alvinho, vive entre shows e o Retiro, bairro da zona rural de São Pedro da Aldeia. Nascido e criado no coração de Cabo Frio, no Centro, o músico hoje diz que chega a se perder por algumas ruas, pois boa parte da vida passou no Rio, nos palcos da vida e na Itália. Mas a essência ele guarda. “Lembro da gente jogando pelada na Praia do Forte”, conta com um ar saudosista. E é com esse cenário ao fundo que ele se apresenta nesta segunda-feira, dia 13, com a cantora Alcione, no show que marca os 402 anos da cidade.
Alvinho é irmão dos músicos Budega e Alex e tem na família ainda a herança musical do maestro Jessé Menezes e a convivência com os músicos da cidade. “Tenho muito respeito por eles”, faz questão de dizer. Autodidata no início, Alvinho passou por escolas como a Villa Lobos. Mas foi a experiência nos shows que o transformou num dos maiores da atualidade. E a parceria de 18 anos com a Marrom deixa claro o talento dele. A começar pelo início desafiador da parceria.
– O maestro dela me ligou e marcou para eu ir lá fazer um teste que não seria um teste. Eles já haviam testado quatro músicos para o violão e nada. Só que o tal teste era no mesmo dia do show. Cheguei no Teatro João Caetano umas 17h e o show era 18h30. Aí entrou Alcione e perguntou: “quem é Alvinho?”. E eu me apresentei. Aí ela disse: “você que é o tal?”. E respondi: “vamos tentar....”. Quando terminou o show ela disse que era para eu mandar meu sócio (no Restaurante Zepellin) plantar batatas que eu ia ficar com ela. Lá se vão 18 anos.
Comparando Alcione a nomes como Edith Piaff e Ninna Simone, Alvinho admite que às vezes ainda se emociona com as intensas interpretações da Marrom.
– Quando ela toca “Estranha Loucura” rola uma emoção, sim... E por falar em sentimento, Alvinho é tomado pela ansiedade quando vai até a montagem do palco na Praia do Forte. Sorridente, ele diz que só deixa Alcione pelo “amor de sua vida”, que é o neto Emerson, de 5 anos.
– Esse aqui é o meu maior amor. Não desgrudamos, não tiramos o olho um do outro. Só deixo Alcione por ele – se derrete.
Sentindo-se grato por poder acompanhar uma das maiores cantoras do mundo, Alvinho não vê a hora de poder subir ao palco no dia 13 de novembro.
– A expectativa de tocar em casa com ela é a melhor possível, isso é uma glória... Acompanhar uma pessoa desse nível, que está no top nacional e mundial, então sou também quase top, né? (risos) – conclui e se despede com um largo sorriso em frente ao palco que está montado na altura da Duna Boa Vista.