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A PASSOS LENTOS

Região tem menos de 10% da população imunizada contra Covid

Percentual de moradores que recebeu as duas doses da vacina é de 9,77%

21 maio 2021 - 08h00Por Rodrigo Branco

A ciência já comprovou que, até o momento, a vacina contra o novo coronavírus é a única solução para a volta à ‘’vida normal’ mas, sobretudo para debelar uma crise sanitária que, apenas no Brasil, já ceifou mais de 442 mil vidas. Entretanto, seja pela falta de doses ou por falhas logísticas internas, o ritmo da imunização é lento em todo o país. Na Região dos Lagos, segundo dados oficiais das secretarias de Saúde, a situação não é diferente. Até o fechamento desta edição, 55.196 pessoas haviam recebido a segunda dose da vacina, seja da CoronaVac ou da Oxford AstraZeneca, as duas que estão disponíveis para a população. Isso corresponde a 9,77% de um contingente populacional de 564.627 habitantes. Percentual ligeiramente maior que a média nacional, que é de 9,40%, ou 19.909.403 brasileiros.

Em Cabo Frio, que atualmente vacina o grupo de pessoas de 52 a 55 anos com comorbidades, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 19.444 pessoas haviam recebido a segunda dose dos imunizantes até 19 de maio e, portanto, já estão imunizadas. Isso equivale a 8,4% da população cabo-friense de mais de 230 mil habitantes. O município alega que aguarda a chegada de novas doses para avançar no cronograma. A partir desta sexta, dia 21, as equipes começam a aplicar 500 doses da CoronaVac que chegaram no último fim de semana. Por causa da quantidade insuficiente para atender a faixa atualmente vacinada e para evitar aglomerações, a aplicação teve que ser agendada. No último fim de semana, um mutirão em Tamoios imunizou 523 pessoas. Outro carregamento era esperado para esta quinta, dia 20, mas até o fechando desta reportagem, não havia manifestação da Prefeitura quanto à continuação do calendário.

E com exceção de Iguaba Grande, onde a campanha encontra-se em estágio mais avançados [28,6 % dos moradores já receberam ao menos a primeira dose e 15,09%, ambas as doses], nos demais municípios, o ritmo de vacinação é semelhante. Em São Pedro da Aldeia, 11.810 pessoas da população de pouco mais de 106 mil habitantes já receberam as duas doses da vacina, o que representa 11,1% do contingente. Já em Araruama, 25,7% da população receberam pelo menos uma das doses e 11,6% as duas doses. Contudo, em Búzios, que enfrentou falta de doses há algumas semanas, o índice é alto para primeira dose (22,29%) e um dos mais baixos para segunda (7,19%).

Em alguns municípios, há problema na defasagem de dados e não somente de velocidade na vacinação. Em Arraial do Cabo, por exemplo, as informações mais recentes do ‘vacinômetro' são de 26 de abril.
Novo lote - A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SES) informou a entrega nestas quarta e quinta-feira, 19 e 20 de maio, de 336.400 doses de vacinas contra a Covid-19 que recebeu nesta terça-feira, 18, do Ministério da Saúde. A distribuição acontece por meio de caminhões, vans e helicópteros, e os imunizantes serão distribuídos aos 92 municípios, considerando o calendário vacinal proposto pelo Programa Nacional de Imunizações e contemplando a segunda dose.

São 174.400 doses de CoronaVac, destinadas exclusivamente a cobrir as segundas doses pendentes, que foram indicadas pelos municípios por meio de ofício solicitado pela SES para garantir que a população fosse imunizada. Esta remessa será destinada a 56 municípios, pois os demais já tiveram sua cota concluída. Já as 162.400 doses de Oxford/Astrazeneca serão enviadas para todos os municípios, para serem usadas também para a segunda dose (pessoas de 60 a 69 anos e outras pendências). 

– Reforço a importância de que os gestores municipais sigam as orientações para a aplicação da vacina ao público-alvo indicado, garantindo que a segunda dose seja contemplada. Ainda que as vacinas tenham sido enviadas anteriormente em quantitativo compatível para primeira e segunda dose, ouvimos a demanda dos municípios, reunimos os dados e acionamos o Ministério da Saúde para que essas remessas da CoronaVac atendessem doses em atraso e doses que ainda estão no prazo para serem aplicadas. O foco é a imunização da população, e se faz necessário o compromisso com o calendário vacinal preconizado – afirmou Alexandre Chieppe, secretário de Estado de Saúde.

Em comunicado, a Secretaria Estadual de Saúde, por meio da Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SVS), informou que envia ofícios, constantemente, aos municípios reforçando a necessidade de cumprimento das recomendações para uso dos imunizantes distribuídos. De acordo com a pasta, “é de extrema importância que os responsáveis técnicos e gestores municipais organizem suas ações de imunização priorizando os grupos elencados, para que não haja prejuízo da oferta da vacina para os mesmos, sob risco de não haver reposição futura”.

Para o médico e especialista em políticas públicas de Saúde Marcelo Paiva Paes de Oliveira, todas as instâncias do poder público têm sua parcela de responsabilidade na situação.

– Estamos nessa situação por uma completa desorganização do sistema público. Desde a falta de manifestação de interesse na compra de vacinas por parte do Governo Federal, e esta é a maior responsável pelo nosso fracasso, até a falta de estrutura intermunicipal consorciada para ingressar na justiça e viabilizar a aquisição destas vacinas – dispara o especialista.