quarta, 24 de abril de 2024
quarta, 24 de abril de 2024
Cabo Frio
29°C
Park Lagos Super banner
Park Lagos beer fest
RAIO-X

Leitos de UTI da rede pública em Cabo Frio têm 70% de ocupação

Dificuldade de contratação de médicos intensivistas emperra expansão de vagas

17 julho 2020 - 11h16Por Rodrigo Branco

A rede pública de Saúde de Cabo Frio está com 70% da ocupação nos leitos de UTI, segundo o mais recente relatório do Comitê de Gestão de Crise, a que a Folha teve acesso nesta quinta-feira (16). Dos 34 leitos de terapia intensiva que o município mantém ativos no momento, 24 estão com pacientes. Tanto na UPA do Parque Burle (4) como na de Tamoios (2), a ocupação de leitos de UTI é de 100%. No Hospital do Jardim Esperança, a ocupação é de 60% (três de cinco leitos ativos) e, no São José Operário, de 71% (10 de 14 leitos ativos). O percentual de leitos de UTI é um critério fundamental dentro do Plano de Ação da Prefeitura para determinar a política de flexibilização econômica do município frente à pandemia de Covid-19. 

Entretanto, segundo a reportagem apurou, a oferta de leitos de UTI na cidade, no momento, não preocupa, embora uma expansão seja vista como ‘bem-vinda’. De acordo com uma fonte ligada ao governo, apenas 44% das vagas são ocupadas por pacientes com Covid-19. O problema é que a situação do Hospital Unilagos, referência no tratamento exclusivo de pacientes infectados pelo novo coronavírus, não permite um cenário de maior folga. Anunciada pelo governo municipal com disponibilidade de 21 leitos de UTI, a unidade conta com apenas nove ativas, mais de três meses depois de sua inauguração. Desses, cinco têm pacientes que inspiram maiores cuidados no momento, o que significa uma ocupação de 55%.

Em entrevistas recentes, o prefeito Adriano Moreno (DEM) falou da dificuldade na contratação de médicos intensivistas, isto é, especialistas no tratamento de pacientes graves, mesmo com oferta de salário de R$ 17 mil para um plantão de 24 horas. Procurada, a Secretaria de Saúde reforçou as declarações do prefeito, dizendo que o problema da falta de médicos intensivistas “é em todo Estado” e que “a Prefeitura fez um chamamento para contratar médicos, mas sem sucesso”. Além disso, alguns dos profissionais da rede foram afastados por estarem dentro do grupo de risco para o contágio.

Último dia com mortes no município foi 5 de julho

Mesmo longe da situação ideal em termos de ofertas de leito de UTI, dificilmente a Prefeitura vai reeditar algum decreto nesta sexta-feira (17) para aumentar a flexibilização ou apertar as restrições. Nesta quinta (16), o município encontra-se com Índice Geral de Controle (IGC) de 56,6, dentro da zona laranja (entre 51 e 80 pontos) e assim deve se manter pelas próximas semanas. 

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura, Cabo Frio tem 1.087 casos confirmados de coronavírus, com 67 mortes. Após uma subida acentuada em junho, a curva de contágio na cidade ensaia um platô (estabilização), deferentemente da curva de casos suspeitos, essa em franca ascensão. São 2.512, segundo o relatório do Gabinete de Crise.

De outro lado, o relatório aponta que o município não tem mortes há quase dez dias, desde 5 de julho, quando houve três. Os óbitos divulgados nos últimos dias seriam de resultados liberados pelo laboratório, de casos que ainda não tinham sido confirmados.