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APESAR DA AUTORIZAÇÃO DO ESTADO

Bonifácio descarta reduzir intervalo entre as doses da vacina Oxford AstraZeneca em Cabo Frio

Prefeito se vale de recomendação feita pela Fiocruz

19 julho 2021 - 18h21Por Redação

O prefeito de Cabo Frio, José Bonifácio (PDT), afirmou nesta segunda-feira (19) que o município não reduzirá o intervalo de aplicação  da vacina Oxford AstraZeneca de 12 para oito semanas, conforme recomendou a Secretaria Estadual de Saúde, na semana passada. A declaração foi dada ao repórter Alcineu Ribeiro, durante entrevista no programa Amaury Valério, da Rádio Ondas.

Questionado sobre a suspensão dos mutirões de vacinação que ocorreriam no último e no próximo sábado (17 e 24), Bonifácio disse que o ritmo da campanha depende da quantidade das remessas recebidas do estado. Nesta semana, Cabo Frio aplica a primeira a primeira dose nas pessoas de 38 e 39 anos.

O prefeito argumentou que, sem a aprovação da Anvisa à vacina russa Sputnik V, o município tem que aguardar os envios feitos pela Secretaria Estadual de Saúde. Cabo Frio chegou a reservar R$ 7,5 milhões e a ingressar temporariamente no Consórcio do Norte e Noroeste Fluminense para adquirir os imunizantes russos, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária só liberou a compra de lotes reduzidos em caráter excepcional para alguns estados do Nordeste.

– Quando a gente suspende é porque realmente houve uma diminuição na remessa por conta do estado. Ele remete para a primeira dose, e remete também a quantidade de vacinas para segunda dose. Nós estamos seguindo rigorosamente. Eu não vou antecipar esse prazo que estão dizendo: reduz o prazo para dar a segunda dose". Eu vou seguir a Fiocruz, que é o melhor instituto de cientistas e pesquisadores que o país tem, reconhecidos internacionalmente. A Fiocruz já disse para o país inteiro: não diminua o prazo para dar a segunda dose. Então Cabo Frio não vai reduzir esse prazo – declarou

Na semana passada, Fiocruz emitiu uma nota sobre o assunto, na qual defende a manutenção do intervalo de 12 semanas entre as duas doses, pois ele "considera dados que demonstram uma proteção significativa já com a primeira dose e a produção de uma resposta imunológica ainda mais robusta quando aplicado o intervalo maior".

A fundação afirmou ainda que o regime de 12 semanas "permite ainda acelerar a campanha de vacinação, garantindo a proteção de um maior número de pessoas" e que "o regime de doses adotado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) está respaldado por evidências científicas e qualquer mudança deve considerar os estudos de efetividade e a disponibilidade de doses".

Por sua vez, o Governo do Estado defende a diminuição como forma de agilizar a vacinação e proteger a população da variante Delta, que está em franca circulação. Apesar da autorização da Secretaria Estadual de Saúde, a decisão cabe aos municípios. Segundo a Fiocruz, um estudo realizado no Canadá apontou efetividade de 88% contra hospitalização ou morte para a variante Delta, após uma dose da vacina da AstraZeneca.