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Coluna

Que a ciência nos acuda!

06 novembro 2025 - 15h29

A regulamentação de atletas transgênero em competições esportivas oficiais está em curso. Infelizmente, o senso comum baliza opiniões e fertiliza preconceitos. Contudo, isso ocorre porque a ciência ainda nos oferece resultados inseguros sobre níveis de substâncias, padrões de desenvolvimento fisiológico e prós e contras das reposições ou bloqueis hormonais.

Estamos, portanto, diante de uma questão ética. E não devemos nos posicionar sem critérios racionais. É a ciência que precisa ser o farol. Não os preconceitos de gênero.

Nesse sentido, as pesquisas se defendem, no que confere a sua lentidão, pelo fato de haverem poucos(as) atletas transgênero em atividade em equipes profissionais. O que retarda a emissão de resultados mais seguros.

Os órgãos internacionais, por sua vez, discordam. E assim inflamam uma fogueira de posicionamentos desatinados. Em 2015 o COI (Comitê Olímpico Internacional) determinou que atletas que fizessem a transição de homem para mulher deveriam apresentar níveis de testosterona abaixo de 10 nmol/L no soro do sangue. Mas em 2019 a IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) taxou que os níveis não poderiam superar 5 nmol/L.

Essa diferença de quantidade de nmol/L de testosterona é significativa. E a dissonância entre as entidades internacionais não oferece referência a quem é atleta ou apenas opina sobre o caso.

É urgente que hajam esforços conjuntos de iniciativas públicas e privadas sobre o tema. Regulamentar é a forma segura de permitir a todos e todas, um lugar no esporte.