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Coluna

Combati o bom combate – Folha edição 6000

11 novembro 2022 - 09h03

O apóstolo bíblico Paulo de Tarso (5 d.C. – 67 d.C.), em certa fase da sua carreira, olhando para o passado, assim exclamou: “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé”. Uma carreira repleta de obstáculos, desafios, decisões e indecisões, mas vitoriosa. No contexto percebemos que o autor dava como concluída uma etapa da sua missão; que naquele momento sentia prazer do que, até então, havia feito; que guardava a certeza de ter feito o melhor em seu ideal e que muito ainda tinha para realizar.

Ao alcançar a marca da edição de número 6.000, a Folha dos Lagos pode dizer, com muito orgulho, que combateu o bom combate dentro dos princípios de sua missão, praticando um jornalismo ético, sem partidarismo ou sensacionalismo. Não sem razão que o número seis representa o algarismo do equilíbrio e da harmonia. É o número conciliador, relacionado diretamente com a justiça, verdade e honestidade, seguindo os caminhos da vida, desenvolvendo o equilíbrio e a responsabilidade. Em Cabo Frio e na Região dos Lagos, a “Folha”, nos seus 32 anos de existência – foi fundada em 1990 – tem cumprido sua missão de informar com imparcialidade, além de participar como incentivadora de inúmeras ações voltadas para a sociedade local, se adequando aos novos tempos, evoluindo sempre.

Como empresário, atuando em alguns seguimentos de negócios na região, sou testemunha viva do comportamento ético do jornalista Moacir Cabral, seu fundador, em jamais ter imprimido qualquer tipo de pressão para obter publicidade para seu jornal. Nem tenho notícia de qualquer fato nesse sentido. Tal comportamento é seguido por seu filho Rodrigo Cabral, atual diretor do informativo. Esse meu depoimento é um reconhecimento ao perfil desse idealista que acreditou em um sonho e o realizou. Lembrando uma frase de Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), filósofo grego: “Quanto à virtude, não basta conhecê-la, devemos tentar também possuí-la e colocá-la em prática”. Isso a Folha tem feito!

Certa vez alguém comentou que o jornalismo escrito estava fadado a desaparecer em razão das novas tecnologias e formas de comunicação via internet. Realmente, as inovações têm exigido superação dos métodos tradicionais de comunicação. A rádio e a televisão têm sofrido impactos profundos de audiência, assim como o próprio jornal de papel. Mas eis que surge a “Folha dos Lagos on-line”, aportada por uma edição semanal, cumprindo com eficiência a missão de comunicar e informar a respeito dos eventos locais e regionais. Há de ser lembrado o espaço ocupado na sociedade local, não só pela sua missão fim de informar, como também pelos eventos que tem promovido, como por exemplo, o tradicional “Xô Ano Velho”, festa de confraternização anual de grande repercussão, altamente concorrida.

Em nossa cidade muitos veículos de comunicação surgiram e desapareceram. Foram extintos por falta de estrutura ou missão, mas a Folha permanece. Lembrando um provérbio árabe muito utilizado pelo jornalista e colunista social Ibrahim Sued (1924 – 1995): “Os cães ladram e a caravana passa”. Assim tem sido a trajetória desse jornal.

Por ocasião da comemoração dos 32 anos da Folha, em abril de 2022, citei em minha coluna um texto de Karl Marx (1818 – 1883), que volto a repetir por sintetizar com absoluta justiça o papel da boa imprensa representada pela Folha dos Lagos: “A imprensa livre é o olhar onipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais, e idealiza suas formas brutas”.

Lanço loas sobre toda equipe da Folha dos Lagos por alcançar tão significativa marca de 6000 edições! Parabéns Moacir Cabral, parabéns Rodrigo Cabral!