Cabo Frio esperava a entrada de R$ 6 milhões na economia com as seis escalas que foram suspensas. - Crédito: Arquivo Folha Prevista para ser retomada nesta sexta-feira (21), a temporada de transatlânticos em Cabo Frio e Búzios continua suspensa até 4 de fevereiro. A motivação continua sendo o crescente registro de casos de covid-19 a bordo das embarcações. Desta vez, no entanto, a decisão não partiu da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas da Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia Brasil), entidade sem fins lucrativos, fundada em 2006, com o objetivo de atuar na regulamentação, promoção e expansão da atividade de cruzeiros no Brasil. Entre as empresas associadas da Clia Brasil estão a Costa Cruzeiros e a MSC, que possuem várias escalas programadas para Búzios e Cabo Frio nesta temporada.
Quatro dos cinco cruzeiros marítimos que registraram casos positivos de covid-19 em águas brasileiras desde o início da temporada, em novembro de 2021, têm escalas previstas em águas da Região dos Lagos: os navios MSC Preziosa, MSC Splendida, MSC Seaside e Costa Fascinosa. À Folha dos Lagos, o secretário de Turismo, Esporte e Lazer de Cabo Frio, Carlos Cunha, confirmou que recebeu um comunicado suspendendo a temporada de transatlânticos por mais duas semanas. Em nota, a Prefeitura informou que no período entre 31/12 e 04/02, seis navios deixarão de fazer escala na cidade. Já em Búzios, são oito escalas a menos, segundo agências de turismo marítimo que comercializam cruzeiros com escala nas duas cidades.
Em nota, a Clia Brasil informou que a temporada atual de cruzeiros tinha previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 bilhão, além da geração de 24 mil empregos, envolvendo uma cadeia extensa de setores da economia, entre eles comércio, alimentação ,transportes, hospedagem, serviços turísticos, agenciamento, receptivos e combustíveis, entre muitos outros. Um estudo feito pela Clia em parceria com a FGV, revela, ainda, que cada navio gera em torno de R$ 350 milhões de impacto para a economia brasileira.
Em Cabo Frio, a Prefeitura informou que a estimativa é de que as seis escalas suspensas pudessem injetar aproximadamente R$ 6 milhões na economia local, entre impostos e gastos na cidade. A Prefeitura reiterou que “a preservação da vida e da saúde da população e dos visitantes sempre estará entre as principais prioridades'', por essa razão acatará todas as decisões tomadas pelas autoridades sanitárias. Informou, ainda, que a retomada para a temporada de transatlânticos dependerá diretamente do cenário epidemiológico.
Antes da decisão de suspensão dos cruzeiros por mais duas semanas, a Anvisa já havia recomendado o cancelamento definitivo da temporada de 2022. Segundo a agência, somente no MSC Splendida, que tem várias escalas em Cabo Frio, mais de 3 mil passageiros foram impedidos de embarcar no dia 2 de janeiro, diante da existência de transmissão comunitária entre tripulantes e ocupantes do cruzeiro. Um recente balanço feito pela Anvisa mostra que de 1º de novembro a 25 de dezembro, foram contabilizados 31 casos de covid-19 nas embarcações no Brasil. Já entre 26 de dezembro e 6 de janeiro, o número de contaminações pelo coronavírus nos navios saltou para 1.146: um aumento de quase 37 vezes.
A Costa Cruzeiros informou que está informando aos agentes de viagens, e todos os hóspedes do Costa Diadema e Costa Fascinosa (este, com várias escalas em Búzios), sobre a suspensão temporária, e sobre as opções de transformar o valor pago pelo cruzeiro em um voucher de crédito, que pode ser utilizado até 31 de dezembro deste ano para embarques até 30 de junho de 2023. A empresa também disse oferecer a alternativa de reembolso sem penalidades, apenas com dedução da comissão do agente de viagem.
