sexta, 19 de abril de 2024
sexta, 19 de abril de 2024
Cabo Frio
22°C
Park Lagos Super banner
Park Lagos beer fest
Política

Nas ruas, Câmara Municipal de Cabo Frio é alvo de críticas

Entrevistados reclamam de baixa produtividade da sede do Legislativo

22 agosto 2018 - 09h33
Nas ruas, Câmara Municipal de Cabo Frio é alvo de críticas

RODRIGO BRANCO

O cabofriense tem mostrado descrença quando o assunto é a atuação da Câmara Municipal neste ano. Pelo menos, para as pessoas entrevistadas pela Folha no Centro, a poucos metros da sede do Legislativo. Em mais um dia sem grandes atrativos e de poucas pautas relevantes em discussão, a reportagem foi às ruas para ouvir a opinião de quem ajudou a construir a atual configuração da Casa. E também de quem vai votar para vereador pela primeira vez daqui a menos de dois anos. Para o estudante e balconista Natan de Oliveira, de 17 anos, o que se passa nas sessões de terça e quinta é um grande ‘teatro’.

– Acho a Câmara péssima. Não produzem nada do ponto de vista legislativa. Ganham muito para trabalhar apenas duas horas – comentou o jovem.

O professor Cláudio Lima, de 52 anos, admite que não acompanha sempre o trabalho parlamentar, mas atribui o desinteresse à qualidade do trabalho legislativo.

– Acho a Câmara pouco atuante, de modo geral. Acredito que a falta de atuação mais firme é o que gera o meu desinteresse. De modo geral, a política tem me deixado enojado. Estamos numa sinuca de bico para as eleições deste ano – disparou.

A dupla de senhoras seguia pela Avenida Assunção e reagiu com um palavrão à pergunta da reportagem. A auxiliar de Recursos Humanos, Cláudia Regina, de 61 anos, é moradora do Peró e reclama a presença dos parlamentares no bairro.

– Só aparecem em época de eleição. Eles ganham para propor melhorias para a população – indigna-se.

A dona de casa Vilma Ramos, 75, também não deixou passar batido o ritmo em marcha lenta da Casa.

– O papel do vereador é lutar pelos nosso direitos – enfatiza.

O presidente Aquiles Barreto (Solidariedade) reconhece que o fato de haver dois períodos eleitorais no mesmo ano prejudica a celeridade dos projetos e ações da Câmara, mas promete acelerar a pauta até o fim do ano.

– Vamos discutir a questão do Polo Gastronômico da Passagem, que tem muitos moradores e é uma área tombada. Temos uma discussão ali do que libera e o que não libera. Teremos também a discussão da terceirização do estacionamento da cidade e do processo licitatório para cemitérios particulares na cidade. Também teremos as pautas do fim da Comsercaf e dos condomínios industriais, que seriam a liberação de condomínios residenciais com áreas de condomínio industrial. São pautas produtivas para cidade que traremos até o fim do ano – ponderou Aquiles.

A vereadora Letícia Jotta (PSC) concorda que o trabalho legislativo com um todo poderia ir melhor, mas ela afirma que sua atuação parlamentar não caiu nos últimos meses.

– É um ano atípico, mas nada impede o trabalho. Eu sou mãe, minha filha tem um ano e oito meses e nem por isso eu deixo de olhar o meu lar e do legislativo, que é o meu trabalho. A gente tem que se propor ao que é capaz. Não podemos pegar algo que não temos capacidade. Precisamos de pessoas com prometidas que olhem pelo povo – alega.

Já para Miguel Alencar (PPS), a percepção da população é baseada no senso comum, isto é, na visão de que todos os políticos estão no mesmo balaio de ineficiência. Ele admite uma queda na produção apenas no período de campanha suplementar de prefeito, no qual respondia pela Secretaria de Cultura.

– Acho que talvez naquele mês da eleição, a Câmara não funcionou direito. A própria sociedade está focada na eleição geral e no Executivo e esquece de participar do Legislativo. A Câmara tem trabalhado e divulgado esse trabalho – defende.