Parte de terreno da Álcalis vai a leilão no próximo dia 29
Dinheiro levantado será usado para amortizar parte de dívida com credores
Está marcado para o próximo dia 29, no Fórum de Arraial do Cabo, o leilão de uma área de mais de 123 mil metros quadrados, que fica em frente à Prainha e pertencia ao antigo parque industrial da Companhia Nacional de Álcalis, que fechou as portas em 2006.
O lance inicial do leilão é de R$ 9.547.468,87. Os recursos arrecadados serão usados para pagar os credores da massa falida da empresa que fabricava barrilha. O valor é irrisório perto da dívida total levantada pela administradora judicial da massa, que beira os R$ 4 bilhões, segundo cálculos do advogado Fábio Picanço Apenas em passivos trabalhistas, foram apurados R$ 20 milhões, dos quais foram pagos R$ 6 milhões, em dois rateios de R$ 3 milhões cada. Com relação ao leilão do dia 29, a expectativa é que o débito caia um pouco mais, uma vez que o pagamento de dívidas trabalhistas são considerados pagamentos preferenciais.
– Esperamos que o dinheiro arrecadado atenda a até 1.200 ex-empregados – avisa o presidente do Sindicato dos Ex-Funcionários da Álcalis, Joveílson Rangel.
O sindicalista aposta ainda no leilão de outras duas áreas para que a pendência seja inteiramente paga: um de 300 mil metros quadrados, próximo ao pórtico de entrada, e outro de R$ 2,6 milhões de metros quadrados, na estrada que liga o Centro aos distritos, próximo à ponte móvel. Joveílson acredita que, somados, eles valham cerca de R$ 70 milhões. São dois processos trabalhistas que correm, sob a supervisão do Ministério Público do Trabalho (MPT), uma para o pagamento das dívidas trabalhistas propriamente ditas e outras para a quitação das rescisões contratuais.
– Até agora, o sindicato não efetuou qualquer tipo de pagamento. A administradora judicial é que paga através do processo de falência. Há processos que estão na Justiça do Trabalho há mais de 30 anos.
Negócio – Um empreendimento chama a atenção de quem chega a Arraial. Parte do terreno, inclusive, já está sendo cercado para a construção de quatro prédios naquelas redondezas. O advogado Fábio Picanço explica que entrou em contato com os donos para que não houvesse desvalorização do terreno do parque fabril.
– Eles fizeram a obra por conta deles para que o terreno do parque fabril continuasse a ter acesso pela estrada, que havia sido fechada, o que desvalorizava muito o terreno.
*Foto: Ernesto Gallioto