Preços em alta nos supermercados de Cabo Frio
Mesmo após a greve, valor de alguns produtos ainda continua acima da média
ALEXANDRE FILHO
Diferentemente de quando vigorava a greve dos caminhoneiros, o colorido das verduras, legumes e hortaliças voltou a dar vida às prateleiras da seção de hortifruti dos supermercados de Cabo Frio. Entretanto, é o preço de outros alimentos, como tomate, cebola, batata e alho, estão fazendo com que as pessoas continuem buscando estratégias na hora de irem às compras. Em dois supermercados de Cabo Frio, a explicação é de que os altos valores dos produtos são apenas um repasse do custo de distribuição, que, mesmo após o fim da greve dos caminhoneiros, continua acima do comum.
Nos corredores dos supermercados, não se ouvem mais reclamações quanto à falta de produtos ou ao estado em que eles se encontram. Em dois supermercados em Cabo Frio, os clientes se mostraram satisfeitos com a oferta de mercadorias nas lojas. Entretanto, na seção de hortifruti, a mais afetada com a paralisação dos caminhoneiros, apesar da volta da fartura de alimentos, a reclamação da vez foi a manutenção dos altos preços praticados durante a greve, quando a distribuição era inexistente.
Em dois supermercados da cidade, por exemplo, o quilo do tomate chega a custar R$ 7,55 e o da batata, R$ 6,99. Já a cebola pode ser encontrada pelo mesmo preço da batata, e o alho por até R$ 15,99. No supermercado Econômico, a dona de casa Rosane da Silva Menezes, de 62 anos, foi uma a reclamar sobre o valor dos produtos da loja.
– Dependendo dos produtos que a gente está atrás, o preço está alto mesmo. Uns estão mais caros e outros estão razoáveis. O tomate e a batata mantiveram os preços altos. A cebola também está um pouquinho acima da média. Todos esses eu utilizo bastante na cozinha, e por isso mesmo eu sou obrigada a comprar, mesmo com o preço desse jeito, senão faz falta – disse.
Outro cliente da loja, Paulo Amaral Cavalcanti também considerou os preços “abusivos” e explicou uma estratégia para, mesmo assim, não deixar de levar as mercadorias para casa.
– Os preços, na minha opinião, estão um pouco abusivos, bem além do comum. A batata, o tomate, a própria cebola que eu estou comprando agora. Ao invés de eu levar um quilo, por exemplo, eu estou levando meio quilo. Eu reduzi a quantidade, esse foi o jeito que eu encontrei de não deixar de levar, afinal é um produto essencial para suprir as necessidades básicas da nossa alimentação. Estamos pagando uma conta que não é nossa – declarou.
O gerente do mercado, Eduardo Reis, explica que as mercadorias já estão sendo entregues normalmente, mas os custos da distribuição ainda se mantém altos.
– Os custos voltaram lá em cima depois da greve. Algumas coisas a gente já conseguiu abaixar o preço, mas outras estão com um custo muito alto de entrega, e nós ainda não temos previsão de quando vamos abaixar os preços, acredito que somente quando normalizar essa questão do repasse dos altos custos da entrega das mercadorias – explicou.
No supermercado Princesa, outros clientes também reclamavam dos preços da seção de hortifruti. É o caso do aposentado Romilson Ferreira, de 66 anos, que teve que pesquisar em diversos locais para conseguir achar um preço melhor.
– Eu já passei em outros supermercados pesquisando, tudo por conta da alta dos preços, que já estavam salgados na época na greve. Agora diminuíram, mas nem tanto, eu esperava mais, até porque as mercadorias já chegaram. Os produtos de hortifruti, que sumiram na paralisação, agora que voltaram são os que estão com o valor mais destoante de quanto custavam antes – declarou.
O discurso do aposentado é similar ao de outros clientes que faziam suas compras no mercado no mesmo momento.
– Costumo fazer compras, e hoje comprei um pouco menos do que normalmente levo, tudo por conta do custo – disse Hunderley de Sá, de 74 anos.
A professora Fátima Medeiros, de 57 anos, também optou pela mesma estratégia para, ao menos, não ficar sem levar as mercadorias para casa.
– A estratégia é levar pouco, mas levar de qualquer jeito, pois não pode faltar – declarou.
Assim como no Econômico, a explicação do gerente do Princesa, Márcio de Castro, é de que os produtores ainda estão distribuindo as mercadorias com um preço acima da média, e faz um prognóstico para a normalização da situação.
– E se o custo aumenta, obviamente nós estamos tendo que colocar uma margem para o consumidor também – explicou.