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Esgoto a céu aberto causa transtornos em Cabo Frio

​Secretário de Obras promete solução para problema

20 FEV 2018 • POR • 08h50

Moradores e pedestres convivem há mais de um mês com o problema do esgoto a céu aberto na Rua Jorge Lóssio, no centro de Cabo Frio, e na Rua Furtado, na Passagem.

Num trecho da Jorge Lóssio, o esgoto sai sem parar. A calçada ao lado já está cedendo, o que leva riscos de queda de pessoas desavisadas. Comerciantes da rua relatam os problemas enfrentados diariamente.

O tatuador Yuri Estebes, de 23 anos, que trabalha num estúdio localizado logo em frente ao vazamento, conta que nos últimos dois meses a rua nunca esteve em bom estado.

– Anteriormente, não tinha esse problema na rua, mas já tinha uma rachadura no asfalto, que com o tempo começou a piorar, logo depois que comecei a trabalhar aqui. Depois disso começaram abrir algumas crateras: uma no asfalto e outras duas na calçada, e o problema começou a se agravar muito rápido, com a chuva e os carros estacionando sssempre por aqui – conta.

Outra que reclama do problema é Ana Mendes, de 48 anos, comerciante dona de um Café que fica ao lado do estúdio de tatuagem. Segundo ela, o problema está limitando o funcionamento do seu estabelecimento, e é perigoso, pois ela lida com alimentos.

– Eu não posso ficar com a minha porta aberta, por exemplo. E, mesmo assim, esse mau cheiro entra e incomoda. E, além de tudo, trabalho com comida,então é complicado ter uma situação como essa na porta – disse ela, que ainda revela um truque para tentar aliviar o odor.

– Volta e meia eu coloco um produto no ar para melhorar o cheiro dentro do Café.

- A calçada está oca, as pessoas pisam e ela treme. Então é preciso fazer algo, e não é só porque está prejudicando o meu comércio, ou o estabelecimento ao lado, e que são locais que precisam ter assepsia, mas também porque alguém pode cair, se machucar e, caso entre em contato com a água suja, pode pegar uma infecção ou uma doença grave. É caso de saúde pública – disse.

Em outro ponto da cidade, o mesmo problema ocorre. Na Rua Furtado, na Passagem, outro esgoto a céu aberto incomoda quem passa por ali, uma das ruas mais visitadas do bairro, que é o mais tradicional da cidade. Há pouco tempo foi feito um trabalho de desobstrução das galerias. Mas logo depois o incoveniente voltou, lembra Ernesto Galiotto, 72 anos, morador da rua.

– É um problema crônico. Não vai resolver na base do quebra-galho - disse. Para ele, o motivo do vazamento de esgoto é bem claro: o crescimento desordenado do pólo gastronômico, que conta com diversos restaurantes.

– Essas manilhas devem ter 50 ou 100 anos. E ali a gente imagina que devem ter oito ou dez restaurantes, e tá sempre abrindo mais um. Então a rede de esgoto não suporta. E tem mais, a gordura, que sai bastante desses restaurantes é uma coisa que prende muito – declarou.

O secretário de Obras do município, Carlos Sant’anna, prometeu soluções para os dois casos. Segundo o ele, o problema da Rua Jorge Lóssio já era de conhecimento da pasta e só não foi consertado antes devido ao período de carnaval, por conta do grande movimento de foliões e de pessoas que transitam pela área. Ele disse que a secretaria já fez avaliação do caso e, provavelmente hoje, irá visitar o local para, se possível, começar a trabalhar imediatamente.

– Ali tem uma rede antiga, de 40 a 50 anos atrás, e, provavelmente, já deu o que tinha que dar. A idéia ali é fazer um bypass da rede, passando pela rua até encontrar um ponto de deságue adequado - disse o secretário, que não pôde dar previsão de término da obra.

– Depende do que vamos encontrar lá. Talvez amanhã (hoje) mesmo consigamos resolver isso – concluiu.

Sobre o caso do esgoto na Passagem, Sant’anna diz que de fato o problema é causado pelos restaurantes. Ele afirmou que também hoje passará pelo local e, se possível, fará um trabalho de emergência para que o esgoto não se acumule. Mas o objetivo é acabar com o inconveniente de vez.

– Aqueles restaurantes se instalaram em casa antigas, e o esgotamento é para atender uma família, e hoje atende uma demanda maior. Então há necessidade de fazer uma visita a cada um deles e verificar se a instalação sanitária de cada um está de acordo. Se não estiver, serão notificados e terão que executar as reformas. Caso não façam, poderão até ser interditados – advertiu.

*Foto: Ernesto Gallioto