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União com oposição faz G8 virar G10

Projeto de decreto legislativo que derruba pacote de Marquinho deve entrar em pauta hoje

12 SET 2017 • POR Rodrigo Branco • 09h54

Não bastasse ver a oposição tentando pautar os trabalhos na Câmara Municipal, o governo assiste a um gradual processo de fragmentação da sua base às vésperas da apreciação de temas do seu interesse, como a eleição para a presidência da Casa no biênio 2019-2020. E é exatamente essa última questão que tem estimulado, nos últimos dias, a aproximação do grupo dos oito governistas ‘rebeldes’, o chamado G8, com o bloco oposicionista, em especial, o líder Vanderlei Bento (PMB) e Rafael Peçanha (PDT). 
Embora a união seja tratada como algo específico para o pleito que vai determinar a sucessão do atual presidente, Aquiles Barreto (SD), o agora ‘G10’ pode causar estragos para as pretensões do prefeito Marquinho Mendes (PMDB). O poder de fogo da aliança poderá ser comprovado já esta noite, para quando está prevista a entrada em pauta de um projeto de decreto legislativo de autoria de Peçanha que derruba o decreto de reforma administrativa de Marquinho publicado no último dia 1º. As medidas do governo restringem o pagamento de gratificações e horas-extras aos servidores municipais por 180 dias. Cauteloso, o oposicionista nega acordo com relação ao assunto. Sindicatos de servidores municipais (leia abaixo) prometeram lotar a sessão para pressionar os parlamentares. 
– Entra amanhã (hoje) provavelmente. Certeza só teremos depois das 13 horas, mas será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça para parecer. Não há acordo ou conversa prévia sobre o decreto legislativo. Vamos ver como a CCJ e os vereadores e vereadoras se posicionam – diz Peçanha. 
Enquanto isso, o G8 original segue nas articulações para saber qual será o nome do grupo a concorrer à presidência da Casa. Ricardo Martins (SD), Waguinho (PPS) e Jefferson Vidal (PSC) seguem sendo os mais fortes, com ligeira preferência para o último. Se antes, a intenção era resolver a questão urgentemente, agora já se admite que serão necessários, pelo menos, mais 15 dias até a eleição. Tempo ganho pelo governo, mas também para que o grupo se decida internamente. 
Pressionado pelos acontecimentos, pelo menos externamente, o prefeito afirma que não está preocupado com o desenho político que a Casa Legislativa está tomando. Mais uma vez, ele adotou o discurso de que a Câmara decide suas questões de forma soberana.
– Acho que o Legislativo é independente. Só estou fazendo (cortes) porque há necessidade de fazer. Eles assumem a posição deles. Não estou preocupado com G8, G10, G12 ou G15. Estou preocupado com a folha de pagamento – disparou Marquinho.