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Transmissões de Game of Thrones ganham bares em Cabo Frio

Episódio final da sétima temporada atrai grande público ao Casarão, no Portinho

28 AGO 2017 • POR • 17h09

Naquele domingo à noite, às margens do Canal, um cliente deu rápida espiada no relógio de pulso: “está na hora”. O pontapé inicial causou tensão digna de final de campeonato e o bar ganhou atmosfera de clássico: sobre as mesas, combos de cerveja enchiam os copos, gelavam as gargantas e acaloravam debates. Naquele instante, os olhares se voltaram aos televisores e deles não desgrudaram durante 90 minutos.

Mas, apesar das semelhanças, o relato acima não descreve um jogo de futebol. Os donos do Casarão, no Portinho, transmitiram o episódio final da sétima temporada de Game of Thrones - assim como já vinha fazendo o Dream Land Pub, no Largo São Benedito, na Passagem. E os empresários não se arrependeram nem um pouco. O seriado adaptado dos livros de George RR Martin – que se tornou o programa televisivo mais popular do mundo e a série mais pirateada – atrai grande público na cidade. O mesmo sucesso se repete nas redes sociais e nos grupos do WhatsApp.

Segundo um dos proprietários do Casarão, Matheus Cavalcanti, a segunda transmissão – a primeira foi no domingo passado – superou um forte concorrente na tabela: a maior torcida do país.

– O jogo do Flamengo não deu tanto movimento. Transmitimos o jogo hoje à tarde e menos pessoas vieram. Essa série dá um ‘levante’ nas vendas – compara.

Um dos temas centrais é a disputa dos sete reinos pelo poder. Na preferência dos fãs, a família Stark lidera o campeonato com folga no Casarão. E a estudante Paula Rodrigues, 22, já elege o craque após 67 ‘rodadas’.

– Arya Stark. É a personagem que sofreu mais reviravoltas na série. Evoluiu bastante. Para mim ela é um ícone – rasga elogios à ‘Tomboy’ (menina com características masculinas em Game of Thrones).

Se a cena do dragão destruindo a muralha de gelo impactou a 99% dos fãs, o fiscal João Gabriel Vellekoop, 28, foi o único a não se impressionar com o desfecho.

– Não fiquei perplexo. Só um dragão de pura magia para derrubar a muralha de gelo. Leio bastante na internet sobre o tema. Por isso, não fiquei surpreso – teoriza ele, que aprovou a transmissão no bar.

Quem também aprovou a experiência foi o agente beneficente Douglas Cabral, 26.

– Pretendo reunir meus amigos aqui de novo. A vantagem sobre ver em casa é que podemos interagir uns com os outros. Nossas opiniões juntas formam uma mais elaborada – analisa.

Mas a espera será longa: a oitava temporada começa apenas em 2019. De acordo com o biólogo Julier Félix, 30, será difícil encontrar uma do mesmo nível.

– Tenho que arrumar outra série. Substituir Game of Thrones no nível é difícil, mas série é o que não falta – argumenta, sem deixar de opinar.

– O Mindinho poderia ter sofrido mais – finaliza.