Conselho do Patrimônio volta à ativa e tenta por trabalho em dia em Cabo Frio
Rumores de que antiga estação de trem do Jacaré seria demolida são desmentidos
Trabalhar com patrimônio histórico em Cabo Frio não tem sido uma tarefa fácil. Além das recentes depredações, que obrigaram a prefeitura a buscar parcerias para os reparos, é grande o volume de processos de tombamento ou pedidos de demolição de imóveis e instalações. Para dar conta do trabalho, a secretaria municipal de Cultura reativou o Conselho de Patrimônio, órgão que serve justamente para dar tratar dessas questões.
O grupo formado por técnicos reúne-se toda última terça-feira do mês. O presidente do conselho é o próprio secretário de Cultura, Ricardo Machado.
– Fizemos três reuniões até agora. Estamos discutindo processos de construção e demoli- ção de áreas tombadas. Está em fase de análises. Quem decide é o conselho, que não é um grupo político e sim técnico. Não vamos conseguir resolver quatro anos de abandono em três meses – diz Chopinho, como é conhecido.
Quem passa por alguns pontos como a Fonte do Itajuru, por exemplo, percebe o estado de abandono ao qual foi relegado o patrimônio cultural da cidade nos últimos anos. Para o arquiteto Ivo Barreto, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), faltaram políticas públicas que valorizassem os bens históricos, agregando-os ao turismo.
– Nosso patrimônio, muito antigo e importante, nunca foi utilizado na estratégia turística. Poderia ser fator de qualificação para economia e de identidade para o cabofriense. Nos momentos de crise são momentos de refletir outro tipo de turismo regional – pondera.
Estação de pé – Ontem, chegaram a circular rumores de que o imóvel onde funcionava a antiga estação ferroviária de Cabo Frio, que fica no Jacaré, seria demolida. No entanto, confirmado mesmo, apenas que o prédio está à venda. Por ele e pela área, o proprietário está pedindo R$ 7 milhões. Segundo os corretores responsáveis, a ideia de botar abaixo a histórica construção, de 1936, nunca passou pela cabeça do dono.
– O prédio é tombado, ele sabe que não poderia fazer isso, se quisesse – disse um dos corretores.