Cresce número de tartarugas marinhas resgatas em Arraial
Animais ficam sufocados pelo lixo no mar ou se ferem em redes ilegais de pesca
As agressões ao meio ambiente em Arraial do Cabo tem feito das tartarugas-marinhas algumas de suas maiores vítimas. Desde o mês passado, a Guarda Ambiental de Arraial do Cabo registrou, pelo menos, quatro resgates de animais que agonizavam na beira das praias ou estavam desorientadas no canal da antiga Álcalis. De acordo com o coordenador da Guarda, Mauro Cezar Gonçalves da Silva, são vários os motivos para o aumento no número de ocorrências.
– Pode ocorrer por ingerirem lixo, como plástico, guimba de cigarro e outras coisas mais. Outras já apresentam marcas de algum tipo de pesca, de linha ou pedaço de rede que estava enrolada. Ou até mesmo por afogamento. O pessoal também não tem consciência e ficam empurrando as tartarugas que sobem para respirar para dentro da água e elas acabam se afogando – relata Mauro Cezar.
O aumento na população de tartarugas na cidade é creditada ao trabalho feito pelo Projeto Tamar, que existe há quase trinta anos e está espalhado pelo litoral brasileiro. No Estado do Rio, existem polos em São Francisco do Itabapoana e no Farol de São Tomé.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Márcio Croce, comentou que está atento ao problema e que a pasta dá suporte às ações de fiscalização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O órgão federal é o responsável pela reserva extrativista de Arraial, mas possui um pequeno contingente de funcionários para dar conta de toda a costa cabista.
– Fazemos um trabalho de conscientização e notificação das empresas de passeio náutico em parceria com o ICMBio. Essas empresas são das maiores responsáveis por poluir o mar. Isso é cumprido à risca. Mas também vem lixo de outras cidades. Aí não temos o que fazer, apenas monitorar e dar apoio ao ICMBio – explica o secretário.
A chefe do ICMBio, Vivianne Lasmar, não retornou a chamada da reportagem durante dois dias seguidos.