Sinais apagados representam perigo nas ruas de Cabo Frio
Semáforos estão com problemas há mais de um mês
Além dos buracos que teimam em voltar a cada chuva forte, as ruas de Cabo Frio apresentam um desafio adicional para os motoristas. Dois dos pontos de maior tráfego na cidade estão com problemas nos semáforos há, pelo menos, um mês. Um deles fica na Praça Porto Rocha, na pista sentido Centro, o que tem obrigado os pedestres a apertar o passo quando os motoristas ignoram a faixa e aceleram os veículos. Para os mais idosos, acaba sendo um esforço extra. Para piorar, em não há guardas municipais orientando o trânsito.
– Nem todos os motoristas têm educação para respeitar os idosos. A gente fica numa situação difícil porque não tem mais perna para correr. Então tem que depender da educação do povo – diz Vera Saldanha, de 75 anos.
A situação no local fica ainda mais complicada por causa de um ponto de ônibus situado nas proximidades. Quando os coletivos param, os pedestres são obrigados a esticar o pescoço para se certificar de que nenhum carro está passando. Há quem espere mais de um minuto até conseguir a oportunidade ideal para atravessar a via.
– Eu não moro aqui, mas me incomoda muito esse fato. Ainda mais na idade em que a gente está, fica naquela angústia do carro vir, do ônibus parar. É realmente um incômodo. Às vezes, um que ameaça parar e não para. É uma coisa complicada – afirma Eliéser Mendes, de 70 anos.
Em São Cristóvão, o problema está no cruzamento da movimentada Avenida Lecy Gomes da Costa com a Rua Expedicionário da Pátria. Nesse caso, redobrar a atenção não é força de expressão, afinal os semáforos das duas pistas estão com defeito há mais de trinta dias. O taxista Jorge Ribeiro trabalha em frente à praça e já presenciou alguns acidentes e vários sustos. Ele pede o conserto dos equipamento e a instalação de quebra-molas no local.
– Toda hora tem problema com moto, com bicicleta e com pedestre. Então precisamos imediatamente consertar os sinais, porque são prioridade. Quando tem sinal, já tem problema, sem sinal é um caos – comenta.
Em pouco mais de vinte minutos que a reportagem permaneceu no local, quase testemunhou duas batidas. Por sorte, talvez, os incidentes resumiram-se a buzinadas e xingamentos. A cena é corriqueira, quando não há o respeito das regras de preferência ou, no mínimo, a ação consensual dos motoristas.
– Vira e mexe (os sinais) estão com problema. Quando não é um, é outro. Dou uma parada, olho para um lado, para o outro, vejo se está vindo carro do lado contrário e vou devagar. É a forma de tentar resolver – explica a microempresária Fabíola Colnago, que acabava de estacionar o carro.
Na espécie de ‘roleta-russa’ em que se transformam as ruas nessas condições, os ciclistas acabam tornando-se ainda mais vulneráveis. Eldo Vieira Guimarães confirma o receio e pede mais ciclovias e ciclofaixas na cidade.
– Esse cruzamento é perigoso. Uns até param no sinal, mas os outros só passam correndo. Até pra moto mesmo é perigoso, porque levar uma ‘chapuletada’ é complicado. Esses sinais são todos velhos, estão caindo aos pedaços. Eu ando pela beirada e com muito cuidado – alerta.
Em nota, a Prefeitura informa que instaurou processo licitatório para contratação de empresa para manutenção de todos os 74 semáforos instalados na cidade. A previsão é de que o início da prestação do serviço ocorra em cerca de dois meses. Enquanto isso, servidores da Prefeitura estão realizando a manutenção de forma emergencial. Os semáforos citados já passaram por manutenção e voltaram a ter problemas. Uma equipe irá percorrer estes locais para colocá-los novamente em funcionamento.