Em pronunciamento, Temer afirma que não renunciará à Presidência
Presidente nega ter comprado silêncio de Eduardo Cunha e diz que Supremo será 'território para explicações'
O presidente da República Michel Temer afirmou na tarde desta quinta (18) que não vai renunciar ao cargo durante o primeiro pronunciamento oficial após a divulgação do conteúdo de gravações de conversas entre Temer e o dono do frigorífico JBS, o empresário Joesley Batista. De acordo com a delação de Joesley ao Ministério Público Federal, Temer teria comprado o silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, por meio de um intermediário, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
Em cerca de cinco minutos de pronunciamento, o presidente foi enfático ao dizer que vive a 'melhor e a pior' semana no cargo, por causa da melhora de alguns dos indicadores econômicos. No entanto, segundo Temer, 'conversas gravadas clandestinamente trouxeram de volta o fantasma da crise política'.
– E todo o esforço de tirar o país da crise pode se tornar inútil – declarou o presidente.
Por fim ele negou que tenha autorizado pagamento a 'quem quer que seja' e disse que o Supremo Tribunal Federal, que pediu abertura de investigação, para investigar o presidente, será o território "onde surgirão todas as explicações".
– Não renunciarei. Sei o que fiz – disse enfaticamente.
(*) Leia a repercussão dos últimos acontecimentos no país entre os políticos da região na edição impressa da Folha desta sexta (19).