Contas de André Granado serão votadas em um mês
Em maioria, oposição vai tentar vetar balanço financeiro de 2015
As contas de 2015 do prefeito de Armação dos Búzios, André Granado (PMDB), estão na Comissão de Orçamento da Câmara Municipal e devem ser votadas em cerca de um mês. Com a minoria dos vereadores na Casa (quatro dos nove), o governo precisa manter a base unida para não correr o risco de ver o balanço financeiro ser reprovado e, deste modo, ficar inelegível, uma vez que segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado, cabe agora ao Legislativo a análise dessas contas. Para conseguir o objetivo, a oposição precisa de dois terços (seis) dos votos possíveis.
O presidente da Câmara, João Carlos Alves de Souza, o Cacalho (DEM), é opositor declarado do prefeito e deu o tom da insatisfação que existe hoje entre os legisladores, quase todos de primeiro mandato: “Vamos batalhar para conseguir esse voto que falta (para reprovar as contas), mas acho difícil”. A queda de braço entre os poderes não para por aí. A Justiça de Búzios acaba de deferir um mandado de segurança impetrado pela Câmara, que exige a apresentação de documentos e contratos nas áreas de Saúde e Educação algo que, segundo Cacalho, não vinha acontecendo. A multa diária em caso de descumprimento é de R$ 1 mil. A pressão sobre o Executivo é grande e secretários também têm sido constantemente convocados para dar esclarecimentos. As últimas foram Deisemar Gonçalves, da Educação, e Raquel Haddad, antiga responsável pela pasta.
– Estamos com uma grande dificuldade de fiscalizar pois a Prefeitura não tem transparência. Não envia as informações pedidas. A gente está com muito trabalho, mas pouco resultado por causa disso – reclama Cacalho.
Impeachment sem data para ser analisado – Outra fonte de dor de cabeça para o prefeito é o pedido de afastamento protocolado na Câmara no último dia 6 pelo ex-vereador Manoel Eduardo da Silva, o Marreco. Cacalho afirma que os gabinetes de todos vereadores foram notificados, mas disse que não há prazo para que o processo seja levado adiante. Aliás, não há sequer a garantia de que isso vá realmente ocorrer. O presidente da Câmara pede cautela sobre o assunto.
– O pedido foi encaminhado à Procuradoria. Vamos analisar friamente e enviar um parecer. A gente não pode é ficar no meio de uma briga política. Se tiver base técnica, tudo bem, mas isso não pode ser usado com fins eleitorais – disse Cacalho, lembrando que o ex-vereador Marreco é aliado do ex-prefeito Mirinho Braga (PDT) e um dos principais adversários de André Granado.
A reportagem tentou entrar em contato com o prefeito para que ele comentasse as declarações do presidente da Câmara, mas ele cumpria agenda em Brasília e não foi localizado até o fechamento desta edição.