Cultura

Estrutura precária na Cultura retarda início de cursos em Arraial do Cabo

Superintendente lamenta condições das instalações e antecessor rebate

1 FEV 2017 • POR Rodrigo Branco I Foto: Divulgação PMAC • 09h16

Por causa de uma infestação de cupins, instrumentos musicais ficaram danificados

Fosse um gênero teatral, a atual situação da Cultura de Arraial poderia ser considerada um drama. Com as instalações encontradas em estado precário e, agora, sem o alento do Teatro Municipal, cuja obra será adaptada para o novo centro administrativo da Prefeitura, o setor convive com a incerteza e até mesmo as aulas do projeto de formação de talentos não têm data para recomeçar.

O Centro Cultural Manoel Camargo, principal polo das atividades, sofreu uma infestação de pombos no telhado, no intervalo entre a antiga e a atual gestão, no fim do ano passado. Por falta de condições adequadas de higiene, o local está interditado pela Saúde pública e vai passar por uma dedetização. Instrumentos musicais, como violinos e um piano, também foram danificados após um ataque de cupins que já compromete o palco e as estruturas de madeira do auditório.

Opção para as aulas, o antigo cinema, que passou por uma tímida reforma há cerca de três anos, também está em estado de completo abandono. Com as infiltrações, os carpetes que revestem a sala de exibição estão mofados. Invadido por morcegos, o local que abrigava o antigo projetor está com forte odor da urina dos animais. Além disso, o equipamento cultural está sujo e repleto de pichações. No momento, apenas o anexo cultural de Monte Alto reúne condições para sediar os cursos, mas ainda assim o calendário de atividades não foi divulgado.

– A última e única reforma no Centro Cultural foi entre o fim dos anos 90 e o começo de 2000. De lá pra cá não teve mais reparo. Na tal ilusão da construção do teatro ninguém da antiga gestão quis reparar nada. E o prédio foi se deteriorando – comentou o superintendente Brian Uchôa.

Para conseguir a verba para as reformas necessárias, Brian aposta na transformação da superintendência em fundação para desvincular-se do orçamento da secretaria de Educação e assim poder correr atrás de projetos e editais do Governo Federal. O processo está em fase de organização documental e de elaboração de lei específica e o superintendente espera ter novidades em breve.

– Esse grito de liberdade vai ser o grande diferencial dessa nova gestão – acredita.

Procurado para comentar as reclamações da atual gestão, o ex-superintendente Fernando Rezende disse que os problemas já eram de conhecimento de Brian.

– A atual equipe de Cultura fez parte da minha equipe por oito anos. Eles sabem melhor do que ninguém de todos os problemas e de todas as soluções que conquistamos e o que tem para conquistar – alega Rezende.

De certo mesmo, está apenas a apresentação de alunos do curso de teatro infantil no carnaval da cidade, no fim do mês.