O templo do rock’n’roll
Roqueiros do Matanza doam alimentos a igreja em Cabo Frio
Quem insiste em dizer que rock é coisa do mal está redondamente enganado. Os roqueiros do Matanza ultrapassaram a barreira do preconceito e doaram 300 quilos de alimento não perecível ao Centro Evangelístico Internacional (CEI), em São Cristóvão, em Cabo Frio, na manhã de ontem. No último sábado, os integrantes da banda estiveram na cidade para o show no festival Matanza Beer Fest II.
Além dos alimentos, foram doadas 400 latinhas de refrigerante que sobraram do festival. O evento reuniu em torno de 650 pessoas na Sociedade Musical Santa Helena, no centro da cidade.
Um dos produtores do festival, Lucas Muller, afirma que os organizadores aproveitaram o trabalho filantrópico do CEI para alimentar moradores de rua.
– Escolhemos o CEI porque já tem esse trabalho há anos. Eles alimentam moradores de rua. No grupo da produção, as pessoas têm várias religiões, mas essa não é uma questão religiosa. Foi humanitária. Todos os nossos eventos são beneficentes. No último Rock Humanitário, por exemplo, ajudamos 14 instituições. Nosso próximo evento também será beneficente: o Noise Fest.
O produtor Lucas Muller ressalta que o desconhecimento sobre o rock gera o preconceito. Ele é protestante e garante: não há problemas entre o gênero e o cristianismo.
– Isso é um mito. Eu mesmo sou protestante. Na nossa equipe, há ateus, espíritas, umbamdistas, evangélicos, católicos... A música vai muito além disso. Ainda mais o rock, que é muito abrangente. Há várias vertentes do rock hoje. Qualquer citação que reduza o rock é ignorância – argumenta.
Quem está muito agradecido aos membros do Matanza e à produção do show é o pastor Fabrício Valadares.
– Nós temos projetos sociais relevantes na cidade. No primeiro andar da igreja, funciona um restaurante que alimenta diariamente 150 pessoas. Dentre elas, moradores de rua, pobres, desempregados... É um projeto muito dispendioso. Agradeço ao Matanza e aos organizadores. É uma responsabilidade de todos: cuidar dos pobres. Não tem placa, não tem religião. Isso está muito acima de todas essas cerquinhas que nós criamos – afirma o pastor, que rasgou elogios aos colaboradores.
– Não digo que é uma atitude cristão. Religião não se enquadra nessa atitude. Esse deve ser um dever de todo cidadão de bem. Todos os organizadores do evento e o Matanza tiveram atitude. A religião é muito pouco diante da atitude. Quero parabenizar ao Matanza e a todos os organizadores – conclui.