Sem holofotes, mas com muito trabalho
Secretarias 'menores' se desdobram em tempos de vacas magras
Marcados pela tentativa de apagar os incêndios deixados pela gestão anterior, os 20 primeiros dias do governo Marquinho Mendes tiveram o protagonismo das maiores secretarias da estrutura municipal, como a de Fazenda, Desenvolvimento da Cidade, Saúde e Educação. Mas isso não significa que as pastas de menor orçamento ou consideradas menos prioritárias nesse turbulento início de mandato estejam apenas fazendo número.
Mais distantes dos olhares, alguns secretários e coordenadores tentam arrumar a casa para o dia em que os cofres estiverem mais forrados. O verbo ‘arrumar’ não é força de expressão. Assim como aconteceu em outros setores, as secretarias menos abastadas sofrem com problemas de estrutura, salários atrasados e até mesmo de despejo, caso da Cultura, que em fevereiro vai sair da atual sede, no Itajuru, para uma sala nos fundos do Charitas. Mesmo com as dificuldades, o secretário Ricardo Chopinho destaca as ações iniciais da sua gestão.
– Estamos promovendo o (evento) ‘Cultura do Amanhã’ com atividades em frente ao Teatro Municipal. Com artistas locais e sem gasto para o município. A gente tem um calendário oficial e vamos promover a Semana Teixeira e Souza no final de março, pois está previsto em lei municipal – disse Chopinho.
No Esporte, a ordem também é gastar pouco e, se possível, rachando as despesas. O mantra no setor é a palavra ‘parceria’, segundo o secretário José Antônio Odilon. Como a Prefeitura não tem certidões negativas junto à União, recursos federais para reformas e obras estão descartados no momento. Com a grana curta – são de R$ 3 milhões de orçamento previstos para este ano – Odilon aposta nos mutirões de limpeza nos ginásios e na cessão de espaços para eventos esportivos e projetos comunitários.
– Queremos começar a respirar esporte novamente. Acho que em 30 dias teremos novidades. Estamos conversando com empresários e em breve teremos um grande passeio ciclístico pelas cidades da região – diz, Odilon, que tem conversas avançadas com a Confederação Brasileira de Taekwondo para realização de treinos no ginásio do Portinho, e com os organizadores de um torneio de futsal para surdos.
Se o momento atual não é propício para celebrações, quem trabalha com elas tem que pensar em médio e longo prazos. Ligada à Secretaria de Turismo, a Coordenadoria de Eventos trabalha no calendário oficial da cidade enquanto não possui os recursos para promovê-los. O objetivo é retomar as festas portuguesa e nordestina.
– Não há outro caminho a não ser a junção do poder público e da iniciativa privada. Não temos aporte para isso, temos que contar com a ajuda de empresas. Nosso potencial turístico é enorme, o que pode trazer um retorno financeiro para o município – disse o coordenador Saulo Mira.
Responsável pelas políticas municipais de inovação, a Coordenadoria de Ciência e Tecnologia tem ficado às voltas com questões bem mais prosaicas, como a regularização dos convênios de estágio com as instituições de ensino superior da região. Como o vínculo havia sido rompido no governo anterior, os alunos de faculdades que estagiavam na Prefeitura não estavam cobertos por apólices de seguro. Além disso, o coordenador Alessandro Teixeira ainda tenta conhecer o setor, que é vinculado à Secretaria de Educação.
– Não tivemos acesso a qualquer documento antes de assumir, pois não houve transição – disse Alessandro.