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Prefeitura de Cabo Frio promete manter aberto Lar da Cidinha

Abrigo para 20 idosos corria risco de fechar por falta de funcionários, que aderiram à greve da Saúde

31 OUT 2016 • POR Gabriel Tinoco I Foto: RC24h • 20h34

A Prefeitura de Cabo Frio prometeu manter aberto o Lar da Cidinha, instituição que cuida de 20 idosos no Jardim Esperança. A secretaria de Assitência Social se pronunciou depois que foi divulgada a informação do fechamento do abrigo, uma vez que os funcionários concursados da Secretaria de Saúde que atuam na casa aderiram à greve pelos atrasos nos meses de agosto, setembro e outubro. 

De acordo com a secretaria, a Prefeitura 'sabe a importância e não permitirá que o Lar da Cidinha encerre as atividades e interrompa um serviço essencial'. O Lar da Cidinha, que pertence à Paróquia de Nossa Senhora da Assunção, era mantido através de doações. Ao todo, o asilo contava com 39 funcionários – sendo 14 deles técnicos de enfermagem, mas sete aderiram à paralisação. Em 2009, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre Ministério Público e Prefeitura obrigou o governo a ceder funcionários à instituição.

Atualmente, o Lar da Cidinha abriga idosos entre 60 e 93 anos. A coordenadora da instituição, Maria das Dores Monteiro da Silva, a ‘Dorinha’, no entanto, não perde as esperanças.

– Fiquei sem sete profissionais da Saúde. Sem esses profissionais, fica difícil cuidar de 20 idosos. Sobre remédios, fraldas, podemos manter tudo isso através de doações. Disso a gente corre atrás. Nosso problema é a questão do pessoal que não trabalha por conta da falta de pagamento. Os idosos correm risco. Se o idoso cair  e se machucar, toda a responsabilidade recai sobre mim e a Igreja Católica – desabafou a coordenadora da instituição, desolada, antes de saber da notícia de que a instituição não fechará as portas.

Segundo a coordenadora, oito idosos não têm família. O Lar da Cidinha funciona há 21 anos.

Lar Esperança também sem apoio

Outra instituição filantrópica não teve a mesma sorte e encerrou as atividades devido a problemas com o governo. O ‘Lar Esperança’, casa de apoio a pacientes com HIV, na Rua Antônio Duarte no Braga, sem receber a subvenção da Prefeitura, acumulou uma dívida de R$ 100 mil. A unidade, que fechou as portas em março, abrigava 16 pessoas e atendia 45 famílias cadastradas na região.

O governo, inclusive, depositou somente três parcelas de 12 no ano passado. Em 2016, nenhuma foi paga. A presidente Cida Porto descarta qualquer possibilidade de retorno.

– Sinto um pesar muito grande. A gente fica sabendo que tem pessoas sem ter onde ficar. O Lar da Esperança era a única referência da Região dos Lagos. Além disso, havia todo um trabalho de ajuda material, psicológica e fisioterápica. Tudo o que eles tinham, perderam. Não podem contar com a saúde pública, porque não há atendimento nem para o restante da população, quem dirá para este segmento – afirma.

No Lar da Esperança, 11 funcionários abdicaram do 13º salário no ano passado para manter a instituição de pé. A direção ainda tentou fazer eventos e campanhas de arrecadação, mas de nada adiantou.