Miguel Alencar

Miguel Alencar quer unir centro de Cabo Frio com periferia

Novo vereador se diz aberto para política participativa na Câmara Municipal

12 OUT 2016 • POR Fernanda Carriço • 10h58

Aos 35 anos, Miguel Alencar (PPS) se candidatou pela primeira vez a uma cadeira na Câmara e conseguiu uma vaga ao receber 1.385 votos. Estreante na política, ele defende um mandato com a participação popular e pretende unir periferia e centro na construção de uma nova cidade: ‘existe um hiato realmente entre o centro e a periferia’.

Folha – Qual a sensação de ganhar na primeira tentativa?

Miguel Alencar – Me sinto muito feliz, na verdade foi uma coisa muito bem planejada. Fortalecimento de grupo, um projeto de grupo e não um projeto só do Miguel Alencar. Então foi um esforço que levou ao nosso objetivo. E quando você trabalha muito você consegue o que quer.

Folha – E o seu grupo é ligado à cultura. É essa a sua bandeira?

Miguel – Não só essa. Na verdade a gente começou o projeto com o grupo da cultura. Mas quando a gente começou o processo político o nosso grupo aumentou muito, eu comecei a conhecer realmente a cidade de Cabo Frio. Então nosso grupo passou a ser não mais só da cultura e sim do coletivo, para a discussão da cidade. Então hoje a gente tem um grupo em todos segmentos culturais, em todas classes e isso é muito interessante. Por isso eu acho que nosso fortalecimento político só tende a crescer cada vez mais.

Folha – E o que a gente pode esperar do vereador Miguel Alencar?

Miguel – Um vereador atuante para a cidade, que acho que é o que precisa. Alguém que queira legislar, é o que está faltando. Existem, mas acho que a gente pode através do coletivo mostrar que existe uma parcela da sociedade que quer isso. Quer alguém que realmente defenda os interesses da sociedade e que possa abrir um canal de discussão. Um mandato participativo, que é o que a gente defende o tempo todo. A gente quer estar lá dentro para poder chamar os segmentos para a discussão da nossa cidade. Para que a gente não dependa apenas de poucos para discutir o desenvolvimento da cidade. A gente quer que toda a sociedade participe. É isso que a gente quer fazer do nosso mandato.

Folha – Já tem algum projeto em mente?

Miguel – Não. A gente não está discutindo isso ainda. Estamos numa fase de agradecimento, de entrevistas, tenho ido de casa em casa para agradecer as pessoas que apoiaram. Estou passeando pela cidade e começando a entender o funcionamento da Câmara, que é o que preciso fazer nesse momento. E a partir disso, começar a pensar nos projetos do primeiro mandato. Eu acho que o primeiro projeto de qualquer vereador que entrar agora tem que fazer é pela união, para se rediscutir as finanças do município. A gente tem que buscar novas receitas, e a Câmara Municipal precisa estar unida para isso. Acho que os vereadores que estão entrando, já estão com esse pensamento, porque do jeito que está a gente não pode continuar.

Folha – Você disse que rodou muito por Cabo Frio, que conheceu diversos cantos da cidade, o que você percebeu?

Miguel – A política me permitiu conhecer toda Cabo Frio. Eu consigo notar que a dificuldade é imensa. As pessoas estão sem ter o que fazer, as oportunidades não existem mais nas comunidades. Você não tem projetos sociais, as escolas estão na dificuldade que a gente sabe, não tem infraestrutura na saúde. Não tem emprego, não tem o que fazer, a pessoa fica dentro de casa. E existe um hiato realmente entre o centro e a periferia. A gente precisa unir um pouco mais isso. Eu acho que as pessoas que vivem nessa área central, precisam conhecer a periferia e participar um pouco mais das comunidades. Eu acho que a gente tem que voltar a ser como a Cabo Frio de antigamente, a cidade como um todo, o que não existe hoje.

Folha – E como fazer isso?

Miguel – Eu acho que é através da busca do desenvolvimento dos projetos sociais. Eu acho que quando você leva projetos sociais para as comunidades e leva pessoas daqui para atuar lá dentro e pessoas de lá para virem atuar aqui, fica muito mais fácil. Projetos sociais ligados à cultura e esporte, há necessidade disso. E eu acho que o meio empresarial tem que participar desse processo também. Não é só a esfera pública. Os projetos sociais são a principal arma para a gente chegar nas comunidades e discutir essa participação para buscar o começo dessa união. Eu quero levar o gabinete para fora da Câmara Municipal e se eu não conseguir levar a estrutura do gabinete, eu consigo levar a estrutura como pessoa. Eu posso estar presente, me reunir com as lideranças, conversar sobre as demandas, ver as necessidades da população e levar isso para Câmara.

Folha – Quais são seus planos políticos?

Miguel – isso é muito lá na frente, a carreira política precisar ser consolidada no primeiro mandato para gente mostrar que é possível botar um nome no futuro. Se a gente não consolidar nossa base com muito trabalho no primeiro mandato, de nada adianta.

Folha – Qual o recado para a população?

Miguel – Estamos abertos para a política participativa. A gente quer defender a cidade como um todo e acho que isso só funciona com o mandado participativo. E quero agradecer a todos que participaram do projeto e todos os votos que recebi.