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Pescadores reclamam de portaria que proíbe pesca de espécies em extinção

Documento inclui peixes comuns no litoral da Região dos Lagos como robalo, cação e garoupa

16 JUL 2016 • POR Rodrigo Branco • 11h54

Pescadores de toda a região vivem momentos de apreensão. Na última semana, organizações não-governamentais da área ambiental conseguiram na Justiça dar novamente efeito à Portaria 445, de 17 de dezembro de 2014.

O documento do Ministério do Meio Ambiente lista mais de 400 espécies de peixes e invertebrados aquáticos ameaçados de extinção, entre eles alguns de grande incidência na costa de Cabo Frio e Arraial, como garoupa, robalo e cação.

No ano passado, os pescadores tinham conseguido suspender a Portaria por 180 dias, condição que se estendeu até a última semana, quando as ONG’s conseguiram reverter a decisão na Justiça.

Para o presidente da Colônia de Pescadores Z-4 de Cabo Frio, Alexandre Marques, o Baiano, a medida coloca em risco a sobrevivência daqueles que dependem da atividade.

 – Nós somos a favor de preservar as espécies desde que haja um estudo que leve em conta a estatística de pesca, a biomassa. Não pode simplesmente proibir tudo. Isso vai prejudicar muito o pescador, mas não é o momento de ficar desesperado. A ação que pede a revogação desta Portaria está tramitando na Justiça.

O presidente da Z-4 comentou ainda que uma reunião feita ontem com os presidentes de 11 colônias serviu para articular as ações nas próximas semanas. Já na segunda-feira, o grupo vai recorrer da decisão que deu a vitória às ONG’s.

 – Cerca de 90% dos pesca- dores vão ser atingidos na parte oceânica, mas quem pesca perumbeba na lagoa e pega guaiamum no mangue também estão sendo afetados – sintetiza Baiano.

* Confira na edição deste fim de semana da Folha dos Lagos.