Associação de Hotéis

Associação de Hotéis teme por desorganização da cidade na alta temporada

Mas presidente Carlos Cunha está otimista com movimento durante Olimpíadas

29 JUN 2016 • POR Moacir Cabral • 11h06

Cruel recessão é o que define o momento atual da hotelaria de Cabo Frio. Mas nem por isso o mau humor se expande e muito menos a turbulência significa caos. Ainda bem, a esperança prevalece e a expectativa é de novos ares a partir desta sexta, o primeiro dia de julho. O presidente do Sindicato dos Empresários de Hotéis e Restaurantes, Carlos Cunha, fala em ocupação variando de 70 a 80%, podendo ultrapassar, fruto das férias escolares e das Olimpíadas.

Ao mesmo tempo, o líder do setor hoteleiro reforça o repúdio dos empresários da cidade contra o prefeito Alair Corrêa (PP) e a morosidade na quitação do pagamento dos servidores municipais, o que influi, é claro, na circulação de dinheiro no comércio local. Carlos Cunha, nesta entrevista, também fala de sua preocupação com a próxima alta temporada, uma vez que o prefeito a ser eleito em outubro próximo irá assumir somente no primeiro dia de janeiro.

Folha dos Lagos - Qual é a expectativa da hoteleira para os meses de julho e agosto?
Carlos Cunha – O otimismo é alto, pois em julho teremos as férias escolares em Minas e São Paulo e, em agosto, no Rio de Janeiro. Com isso, esperamos não só ter a segunda quinzena de julho de boa ocupação, mas um mês e meio de movimentação elevada.

Folha – O Convention Bureau trabalha o turista da Olimpíada. Você acredita que o fluxo poderá ser maior do que o da Copa do Mundo? Carlos Cunha – Certamente o fluxo será maior que na Copa do Mundo, pois o evento estará concentrado no Rio, muito próximo à nossa cidade. Tanto as instituições privadas como a secretaria estadual de Turismo estão em campanha para tentar fazer o visitante circular pelo interior. Temos também os cariocas que, tradicionalmente, fogem da cidade nestas épocas.

Folha – Cabo Frio teve crise de gestão ao ponto de ser extinta a secretaria de Turismo. O que o setor tem feito quanto a isso?
Carlos Cunha – A secretaria faz muita falta. Funcionando como superintendência, tem feito bom trabalho de divulgação do destino através de parcerias, mas sem verba tudo fica mais difícil. O trade local está unido pedindo pela volta da secretaria e a instalação do Conselho Municipal de Turismo.

Folha – A Acia se reuniu e fez um repudio ao prefeito Alair Corrêa pelo atraso do salário do servidor, o que influi, é claro, na circulação de dinheiro na cidade. Os hoteleiros apoiam a Acia?
Carlos Cunha – Tanto os hoteleiros quanto os proprietários de restaurantes e bares de Cabo Frio que representamos através do SEHR Cabo Frio (Sindicato dos Empresários de Hotéis e Restaurantes) apoiam a ação da Acia. Vivemos um momento histórico de apoio mútuo entre as entidades. Nunca antes na história se viu as lideranças dos diversos setores de nossa cidade tão unidas.

Folha – Em meio a tanta turbulência, qual é a ocupação esperada para julho e agosto?
Carlos Cunha – Esperamos uma taxa de ocupação entre 70 e 80% para esses meses, a partir da segunda quinzena de julho.

Folha – Qual será o impacto do inventário turístico que é realizado em municípios fluminenses, entre eles Cabo Frio?
Carlos Cunha – O inventário é importante para podermos mensurar nossa oferta. Hoje temos levantamento ultrapassado, não sabemos o número exato de leitos existentes visto que a todo dia abre ou fecha hotel. Precisamos ter o cuidado de não deixar o crescimento desordenado do setor, sob pena de vermos empresários falindo pelo excesso de concorrência e falta de clientes.

Folha – O setor hoteleiro vai se posicionar nas eleições municipais deste ano?
Carlos Cunha – Sempre nos posicionaremos a favor da cidade e do turismo de qualidade. Não podemos empunhar bandeiras partidárias, pois somos muitos e cada um tem a sua preferência pessoal. Como representantes de um segmento, temos que nos manter neutros na disputa, mas obviamente temos as nossas preferências.

Folha – O novo governo que virá vai assumir em plena alta temporada. Isso o preocupa?
Carlos Cunha – Certamente! O desafio será grande. Não vejo como ter uma temporada organizada com um novo gestor chegando no meio dela. É necessário um período de transição. O ideal seria que a equipe do novo governo já estivesse inserida no contexto a partir do resultado das eleições em outubro, mas isso é impossível no atual cenário de guerra política que a cidade vive.