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Cancelamento de audiência pública sobre empréstimo vai parar na delegacia

Vereador Adriano Moreno bateu de cara na porta da Câmara Municipal de Cabo Frio e relatou o caso à Polícia

16 MAI 2016 • POR Filipe Rangel • 20h48

O vereador Adriano Moreno (Rede) foi à 126ª Delegacia de Polícia acompanhado de advogado e assessores para registrar a ocorrência (Gabriel Tinoco)

A audiência pública que debateria com a sociedade o empréstimo de R$ 200 milhões desejado pela Prefeitura de Cabo Frio foi por água abaixo. Programada para ontem à noite, o encontro não aconteceu e, segundo a organização, ligada ao partido Rede, cerca de sessenta pessoas deram com a cara na porta. Inconformados, os organizadores, capitaneados pelo vereador Adriano Moreno (Rede), foram à 126ª DP (Cabo Frio), registrar o ocorrido. O presidente da Casa, Marcello Corrêa, não será notificado, no entanto.

Pouco antes de ser chamado para depor, por volta das 20h de ontem, Adriano Moreno falou com a reportagem da Folha.

– Na quinta passada, protocolei um ofício e fiz uma solicitação verbal para fazer a audiência pública. Até confeccionei convites. É importante a transparência e a participação do povo numa questão como o empréstimo – reclamou o vereador.

O coordenador da Rede, Sérgio Ribamar, criticou frontalmente a decisão de manter a Câmara fechada, apesar da solicitação feita por Adriano.

– Não podemos permitir que a cidade seja um caso de família. O dono do município é a população. É incrível como a coisa pública é tratada em Cabo Frio. Precisamos registrar o que aconteceu para que nunca mais aconteça – pontuou.

A Folha tentou entrar em contato com o presidente da Câmara, Marcello Corrêa, mas não conseguiu retorno até o fechamento desta edição, às 21h.

Votação – Horas antes do imbróglio da audiência pública, houve reunião da Comissão de Constituição e Justiça, que avalia a constitucionalidade do empréstimo. Segundo o líder da oposição, Aquiles Barreto (SD), que participou da reunião, a comissão não emitiu parecer (e também não se posicionou oficialmente à imprensa) sobre o empréstimo.

– Houve somente a discussão para suprimir o artigo quarto do projeto, que é a questão das contrapartidas que o município deixaria como garantias. Uma próxima reunião foi marcada para quarta-feira – contou.

Sendo assim, Aquiles acredita que o projeto não entrará em votação amanhã, como era esperado. A expectativa agora é que a votação aconteça na quinta, se houver parecer da CCJ após a reunião de amanhã.