Alexandre Cirne usa persistência para fazer uma carreira de sucesso
O lutador fala sobre as dificuldades e a ascensão no MMA
Alexandre Cirne e Daniel Hortegas esperavam o anúncio do vencedor de luta transmitida pelo Canal Combate. Foram três rounds. Três árbitros para definir o resultado. Não havia ansiedade para Alexandre, apenas a certeza de mais uma vitória, a sétima do seu cartel. Foi com essa mesma tranquilidade que o peso galo Alexandre, 27 anos, 1,72, falou à Folha das dificuldades, da sua carreira e do principal segredo para uma carreira de sucesso: “não desistir jamais”.
– Eu tinha certeza que tinha ganho. Dava para perceber pelo desenvolvimento da luta. Conclui mais, dei golpes mais contundentes. Perdi o segundo round. Nele, cheguei a tomar um ‘knockdown’ (quando um lutador é derrubado, mas se levanta antes de se concretizar o nocaute). Estava bem até então, até vinha ganhando o round, mas tomei o golpe e ele caiu por cima. Fiquei amarrando até me recuperar. Mas me recuperei no terceiro round e ganhei claramente – comenta o lutador da academia Nova União e do Centro de Treinamento Luiz Alves, descartando qualquer nervosismo.
– Já luto há três anos. Estou habituado. Para mim é irrelevante ser transmitido em rede nacional ou não. Ainda assim, venci por decisão unânime.
Aos oito anos, Alexandre iniciaria sua carreira no judô. Mas a sua ligação com o esporte vem das piscinas, há ainda mais tempo.
– No judô estou há quase vinte anos. Para chegar até aqui precisei de muita dedicação. Larguei tudo para fazer o que amo. Minha mãe e meu pai foram meus grandes incentivadores. Queria fazer luta e eles me colocaram no judô. Mas minha vida toda foi ligada ao esporte. Nado desde os dois anos. Mas uma hora a paixão pela luta falou mais alto – relembra.
A primeira paixão a gente nunca esquece. E Alexandre leva os ensinamentos do judô até os dias atuais consigo.
– O judô foi muito importante na minha formação. Aliás, para falar a verdade, até hoje me ajuda muito na parte de quedas. Tenho bastante do judô comigo.
Sem nenhum confronto agendado por enquanto, o lutador comemora a boa fase e exibe um cartel de causar inveja nos adversários: sete vitórias, uma derrota e nenhum empate.
– Isso é fruto de muito treino, dedicação e aprimoramento. O primeiro de tudo é acreditar em si mesmo. Acreditar, que tudo é possível e que basta muito trabalho e dedicação. Ninguém disse que é fácil, aliás, nunca vai ser. Mas se você não fizer por você mesmo, ninguém vai fazer.
Alexandre lamenta a falta de oportunidades aos inúmeros talentos locais.
– Quem quer lutar profissionalmente, tem que sair. Tudo por questão de apoio, treino, estrutura para um atleta profissional. É muito dificil. Você quer ser o melhor? Então tem que estar entre os melhores. Buscar um diferencial e coisas novas, treinamentos novos para se profissionalizar e qualificar.
Alguns Brasileiros servem como espelho para o cabofriense. Ele não esconde a admiração pelo mestre Petterson Melo.
– Não usaria a palavra ídolo, mas admiro muito e procuro me espelhar nos campeões José Aldo e Rafael dos Anjos, além de grandes nomes como Dominick Cruz e Tj Dillashaw. Gosto muito da forma de lutar deles. Um em especial é o meu mestre Petterson Melo, que era top 10 do mundo na época era Vale Tudo. Para mim até hoje é o melhor desses.
Alexandre também vê com bons olhos a inclusão das mulheres no octógono.
– Com o crescimento do MMA no mundo, era natural a inclusão de categorias femininas nos maiores eventos. Isso é muito bom para o esporte, em todos os aspectos. Quanto mais adeptos e praticantes, mais investimento temos. Vemos mulheres com o nível tão bom quanto os homens – finaliza.