Lutador

Alexandre Cirne usa persistência para fazer uma carreira de sucesso

O lutador fala sobre as dificuldades e a ascensão no MMA

11 DEZ 2015 • POR Gabriel Tinoco • 11h15

Alexandre Cirne e Daniel Hortegas esperavam o anúncio do vencedor de luta transmitida pelo Canal Combate. Foram três rounds. Três árbitros para definir o resultado. Não havia ansiedade para Alexandre, apenas a certeza de mais uma vitória, a sétima do seu cartel. Foi com essa mesma tranquilidade que o peso galo Alexandre, 27 anos, 1,72, falou à Folha das dificuldades, da sua carreira e do principal segredo para uma carreira de sucesso: “não desistir jamais”.

– Eu tinha certeza que ti­nha ganho. Dava para perceber pelo desenvolvimento da luta. Conclui mais, dei golpes mais contundentes. Perdi o segundo round. Nele, cheguei a tomar um ‘knockdown’ (quando um luta­dor é derrubado, mas se levanta antes de se concretizar o nocau­te). Estava bem até então, até vi­nha ganhando o round, mas to­mei o golpe e ele caiu por cima. Fiquei amarrando até me recu­perar. Mas me recuperei no ter­ceiro round e ganhei claramente – comenta o lutador da academia Nova União e do Centro de Trei­namento Luiz Alves, descartan­do qualquer nervosismo.

– Já luto há três anos. Estou habituado. Para mim é irrelevan­te ser transmitido em rede nacio­nal ou não. Ainda assim, venci por decisão unânime.

Aos oito anos, Alexandre iniciaria sua carreira no judô. Mas a sua ligação com o espor­te vem das piscinas, há ainda mais tempo.

– No judô estou há quase vinte anos. Para chegar até aqui preci­sei de muita dedicação. Larguei tudo para fazer o que amo. Mi­nha mãe e meu pai foram meus grandes incentivadores. Queria fazer luta e eles me colocaram no judô. Mas minha vida toda foi ligada ao esporte. Nado des­de os dois anos. Mas uma hora a paixão pela luta falou mais alto – relembra.

A primeira paixão a gente nunca esquece. E Alexandre leva os ensinamentos do judô até os dias atuais consigo.

– O judô foi muito importante na minha formação. Aliás, para falar a verdade, até hoje me aju­da muito na parte de quedas. Te­nho bastante do judô comigo.

Sem nenhum confronto agen­dado por enquanto, o lutador comemora a boa fase e exibe um cartel de causar inveja nos adversários: sete vitórias, uma derrota e nenhum empate.

– Isso é fruto de muito treino, dedicação e aprimoramento. O primeiro de tudo é acreditar em si mesmo. Acreditar, que tudo é possível e que basta muito traba­lho e dedicação. Ninguém disse que é fácil, aliás, nunca vai ser. Mas se você não fizer por você mesmo, ninguém vai fazer.

Alexandre lamenta a falta de oportunidades aos inúmeros ta­lentos locais.

– Quem quer lutar profissio­nalmente, tem que sair. Tudo por questão de apoio, treino, estru­tura para um atleta profissional. É muito dificil. Você quer ser o melhor? Então tem que estar entre os melhores. Buscar um diferencial e coisas novas, trei­namentos novos para se profis­sionalizar e qualificar.

Alguns Brasileiros servem como espelho para o cabofrien­se. Ele não esconde a admiração pelo mestre Petterson Melo.

– Não usaria a palavra ídolo, mas admiro muito e procuro me espelhar nos campeões José Aldo e Rafael dos Anjos, além de gran­des nomes como Dominick Cruz e Tj Dillashaw. Gosto muito da forma de lutar deles. Um em es­pecial é o meu mestre Petterson Melo, que era top 10 do mundo na época era Vale Tudo. Para mim até hoje é o melhor desses.

Alexandre também vê com bons olhos a inclusão das mu­lheres no octógono.

– Com o crescimento do MMA no mundo, era natural a inclusão de categorias femininas nos maiores eventos. Isso é muito bom para o esporte, em todos os aspectos. Quanto mais adeptos e praticantes, mais investimento temos. Vemos mulheres com o nível tão bom quanto os homens – finaliza.