'Transcendência imanência': Eraldo Amay lança obra poética em Arraial do Cabo
Encontro será no Centro Cultural Manoel Camargo
O professor e poeta Eraldo Amay lança o livro “Transcendência imanência” nesta quinta-feira, 30 de outubro, a partir das 19h, no Centro Cultural Manoel Camargo, em Arraial do Cabo. Publicada pela Sophia Editora, a obra traz poemas que revelam a presença divina no cotidiano e em todas as coisas. Os versos entrelaçam amor, simplicidade e contemplação, convidando o leitor a perceber Deus no silêncio, na natureza, nos encontros humanos e até nos momentos mais difíceis.
“Eraldo Amay é um poeta espiritual. Neste livro, oferece-nos o sentir do eterno frescor da presença de Deus. Faz-nos recordar que o mesmo Deus, morador em seu coração, também habita o coração de cada um de nós e tudo mais que existe. Faz-nos sentir e saber que Deus é Amor e que não há distância (nem mesmo diferença) alguma entre Ele e nós. Ensina-nos que basta purificarmos nosso coração para que Ele Se revele em nós e diante de nós como essência de toda existência, a única realidade, o Ser verdadeiro”, escreve no prefácio Carlos Henrique Viard Jr., filho espiritual de Eraldo Amay.
Eraldo Amay é o pseudônimo de Eraldo Maia, nascido em 1946, no Rio de Janeiro. Formado em Direito pela UFRJ, atuou como advogado e, por mais de cinquenta anos, como professor de Literatura. A paixão pela escrita surgiu ainda na juventude, mas encontrou forma definitiva a partir da década de 1990, quando a espiritualidade se tornou eixo de sua criação. Autor de obras como Revelações (Poesia Espiritual), Poemas da Fé e Com Versos, com Deus (2012), além de Divina Graça – Poesia em Deus (2016), consolidou-se como poeta da mística e do amor. Seu pseudônimo “Amay” traz simbolismo: “Maia” remete à deusa hindu da ilusão; transformado em “Amay”, torna-se afirmação de fé — amar, amar e amar, o Amor que é Deus.
“A poesia de Transcendência Imanência é uma atualização da poesia mística; é um canto a esse Deus do cotidiano, um Deus que brinca, que ri, que abraça e que se deixa pegar no colo. Uma poesia em que Deus, inclusive, é chamado de Deus para honrar uma tradição ocidental, cristã, mas que poderia ser chamado de Natureza, Universo, Alá, Brahma, Olorum, Adonai”, assinala Igor Ravasco, poeta e filho de Eraldo Amay.
Árvore
Poema de Eraldo Amay
o que há de árvore em mim quer gerar doces frutos
dar sombra ao andarilho
abrigar pássaros (todos os pássaros) nos ninhos
o que há de árvore em mim quer vivo o silêncio
esse silêncio fértil da árvore
quer ser acarinhado pela brisa
sussurrar o cântico da vida
ao ser acarinhado pela brisa
minhas folhas balançando um bailado festivo
o que há de árvore em mim são sólidas raízes
penetradas na terra úmida e serena
o que há de árvore em mim são sementes divinas
as divinas sementes de vida
tornadas outras árvores como a árvore em mim
o que há de árvore em mim não revida não grita
aos golpes do que fere a árvore escondida
o que há de árvore em mim ama a vida e a procria