Após decisão do Conselho de Patrimônio, casa de Edilson Duarte é demolida em Cabo Frio
Imóvel é uma casa térrea com características arquitetônicas do início do século
A casa do ex-prefeito Edilson Duarte, no Centro de Cabo Frio, foi demolida na manhã deste domingo (14). Isso acontece dias depois de o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (CMUPAC) votar pelo arquivamento do processo de tombamento.
O imóvel era uma casa térrea com características arquitetônicas do início do século XX, descrita por especialistas como de relevância histórica, cultural e paisagística, e por ter pertencido a Edilson Duarte, educador, advogado, político e ex-prefeito de Cabo Frio, além de cronista e presidente do Tamoyo Esporte Clube.
O arquivamento do pedido de tombamento da casa de Edilson Duarte foi aprovado com votos favoráveis do governo municipal, representado pelas secretarias de Gestão Territorial e Economia Azul, Turismo, Igualdade Racial, Cultura e Procuradoria, com apoio da Câmara de Vereadores.
Já os órgãos técnicos que integram o Conselho (Iphan, Inepac e Uenf) foram contra o arquivamento do pedido de tombamento. Também membro do CMUPAC, o Coletivo Griot se absteve de votar. A Asaerla, que ocupa a presidência do órgão, só vota em caso de desempate.
O Ibram faltou à reunião. O arquivamento do processo gerou reação imediata. Para Lucas Muller, da ONG Cabo Frio Solidária e ex-vice-presidente do CMUPAC, a votação expõe fragilidades no colegiado.
Em entrevista à Folha, Carina Mendes, doutora em arquitetura e urbanismo e chefe do escritório técnico do Iphan, disse que a decisão pela demolição da casa de Edilson Duarte “foi precipitada e merecia olhar mais atento”. Afirmou ainda que o papel do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural deve ser repensado.