Conselho Gestor da Bandeira Azul cobra melhorias na Praia do Peró, em Cabo Frio
Extravasamento da rede de esgotos e de águas servidas dos quiosques já afetou trecho da orla
Problemas ligados à falta de infraestrutura, saneamento, ordenamento, comunicação e sinalização nortearam a primeira reunião do ano do Conselho Gestor (CG) do Programa Bandeira Azul do Peró, em Cabo Frio. O CG é formado por representantes dos órgãos públicos, principalmente a Prefeitura, e a sociedade civil visando acompanhar o cumprimento das exigências para a manutenção da Bandeira Azul, selo internacional de qualidade ambiental.
Antes dos debates sobre os problemas, foi elogiado o ordenamento parcial na areia da Praia do Peró, com o fim do aluguel de mesas e cadeiras, alvo de muitas críticas porque o comércio ocupava as áreas públicas entre os quiosques. Apenas estes têm autorização para colocar 10 conjuntos de mesas para atendimento aos turistas. Foi elogiada também as ações ambientais estimuladas pela coordenação da Bandeira Azul e pela direção da Escola Municipal Evaldo Salles, do Peró.
A questão do saneamento básico foi o principal item discutido na reunião, realizada na Sorveteria da Praia, que contou também com a participação de representantes dos quiosques. Estes lembraram recentes problemas de extravasamento da rede de esgotos e de águas servidas dos quiosques, que afetou inclusive a área em frente ao principal hotel do bairro. A falta de saneamento atinge a orla e todo o bairro do Peró, que não possui rede própria para coleta e tratamento de esgotos, lançados no Canal Itajuru e em seguida para a Lagoa de Araruama e Praia do Forte.
“Infelizmente, não se tem notícias de manifestações da Prefeitura, da concessionária Prolagos e da Agenersa para se atacar o problema” – lamentou Jorge Murilo de Oliveira, dos Amigos do Peró.
Também foi discutido o problema do quadro de energia junto ao Flat Âncora, onde a fiação está exposta há meses, gerando iminente risco de acidentes, principalmente com crianças. Outro ponto discutido foi a falta de repressão a animais na praia, assim como a venda irregular de quentinhas e outros produtos perecíveis na areia, sem a devida fiscalização. Os presentes também lamentaram a inoperância do telefone de emergência 153 (usado pelas guardas municipais de todo o Brasil). O canal de comunicação é fundamental para que os banhistas acionem a Guarda Municipal, a Guarda Marítima e a Posturas em casos de necessidade.
Também foi pedido maior eficiência no controle de acesso de veículos à orla do Peró, que é liberada apenas para carga e descarga dos quiosques (em horários definidos), veículos da segurança e para moradores. O controle atual é feito por uma corrente e há anos se aguarda o fim da licitação para um sistema moderno e eficaz com uma cancela. Os membros do Conselho Gestão também voltaram a pedir o fim de jogos no calçadão e repressão por parte da PM a motoqueiros que fazem rolé e piruetas em motos principalmente à noite. Outro pedido foi a recomposição do corredor de ipomeas (plantas fixadoras de restinga) ao longo da orla do Peró.
Segundo os representantes da Prefeitura, será criado grupo de trabalho para vistorias e definição de ações com a participação da gestão da Bandeira Azul, postura, quiosqueiros, guarda civil, bombeiros e ambulantes. Foi pedido a melhoria na sinalização de trânsito e placas educativas nos acessos à praia, além da melhoria no sistema de iluminação pública, que sofre com panes frequentes. A coordenação da Bandeira Azul ficou de encaminhar as demandas aos órgãos competentes.
“A reunião foi excelente para o levantamento e discussão de problemas inerentes à certificação Bandeira Azul. Aguardamos a divulgação das ações e seus responsáveis pela sua implementação.” – conclui Ângelo Dutra, dos Amigos do Peró.