Serginho nega acusações da PF e afirma: "A Justiça cometeu um equívoco"
Prefeito confirmou que agentes estiveram em sua casa e levaram joias, celular e uma arma de fogo
Após ser alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (16), o prefeito de Cabo Frio, Serginho Azevedo, negou qualquer tipo de envolvimento com uma rede criminosa suspeita de obstrução à Justiça, caixa dois, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro.
Em vídeo postado no Instagram, Serginho confirmou que agentes da PF estiveram em sua para fazer busca e apreensão. Negou que a polícia tenha encontrado dinheiro, mas disse que objetos, joias e uma arma foram levados pelos policiais.
— Não foram encontrados valores na minha casa. O que foi apreendido, de forma irregular pela Polícia Federal, foi a minha arma de fogo, que eu tenho desde 2008, e tenho o registro. Levaram uma corrente e um par de brincos que eu dei pra minha esposa quando ela se superou do câncer, e o celular — revelou o prefeito de Cabo Frio.
No relato, Serginho também contou que, durante a investigação da Polícia Federal deflagrada no período eleitoral, no ano passado, vários empresários foram presos, e relatórios referentes à cidade de Cabo Frio foram apreendidos.
— Reafirmo que não conheço e não tenho qualquer relação com as pessoas ou empresas mencionadas. Trata-se de um equívoco da Justiça, e irei demonstrar com total transparência minha inocência — afirmou.
Batizada de Teatro Invisível, a ação de hoje é o desdobramento de uma operação deflagrada em 12 de setembro de 2024, e decorre da análise do material então apreendido.
Segundo agentes da PF, além do prefeito de Cabo Frio, também são alvos da operação o deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), candidato derrotado à prefeitura de São João de Meriti; Aarão (PP), que concorreu em Mangaratiba; e Rubão (Podemos), que venceu as eleições em Itaguaí, mas teve a posse impedida por decisão judicial. Não há, até o momento, nenhum mandado de prisão.
As investigações apontam que o grupo teria destruído provas armazenadas, principalmente em meios digitais, para evitar a responsabilização criminal de seus integrantes.
Também teriam sido identificados indícios de uso de recursos não declarados à Justiça Eleitoral para beneficiar os investigados nas eleições de 2024.
Os investigadores afirmam ainda que, ao longo do processo, surgiram novas provas de lavagem de dinheiro, com transações ilegais por meio de contas de passagem, uso de dinheiro em espécie, empresas com intensa movimentação financeira e aquisição de bens de alto valor.