CPI pede que presidente a Câmara acione a Justiça contra a Prefeitura de Cabo Frio
Vereadores ampliaram em mais 90 dias os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura possíveis irregularidades na contratação de eventos
Está na Procuradoria da Câmara de Vereadores de Cabo Frio o pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Eventos para que o presidente do legislativo municipal, Miguel Alencar, acione a justiça contra a Prefeitura. O objetivo é obrigar o governo municipal a entregar todos os documentos que já foram requeridos, mas que até hoje não foram entregues, para investigação de possíveis ilegalidades na contratação de eventos entre os anos de 2023 e 2024. Durante a semana a Folha questionou a Prefeitura sobre a ausência de respostas à CPI, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.
Em conversa com a equipe da Folha no começo de abril, o vereador Davi Souza, que preside os trabalhos da comissão, informou que, desde que ela foi criada, no começo do ano, foi enviado um único requerimento ao governo municipal contendo a solicitação dos inteiros teores dos processos do aniversário de Cabo Frio, da Expo Cabo Frio, do último réveillon, do carnaval e da decoração de Natal. Informou ainda que os primeiros prazos para envio de respostas já haviam vencido, e mesmo com a Prefeitura solicitando novos prazos, eles também não foram respeitados. Por este motivo, o vereador informou que acionaria a Justiça.
– Funciona assim: a gente aciona a presidência da Câmara, e ela aciona a Justiça. Já fizemos um ofício acionando a presidência e pedindo que tomasse as providências necessárias, e ainda estamos aguardando uma resposta - contou Davi em conversa com a Folha esta semana.
Ao jornal, a Procuradoria da Câmara Municipal de Cabo Frio explicou que, por conta da ausência de resposta do governo municipal, a CPI chegou a determinar diligência de busca e apreensão no Executivo municipal, e por este motivo “não havia razão para acionar o Poder Judiciário se ainda havia possibilidade de alcance do objetivo por meio da atividade própria da Comissão”. Esclareceu ainda que, apenas com o insucesso da busca e apreensão, a presidência da Casa foi oficiada no último dia 25 para acionar a Justiça, e que o pedido está sob análise da Procuradoria.
Oficialmente instaurada no dia 7 de fevereiro deste ano, a CPI teria prazo inicial de 90 dias para investigar e fazer um relatório sobre os eventos suspeitos. O prazo termina na próxima terça-feira (7), mas na sessão desta quinta-feira (02) a Câmara aprovou o pedido de prorrogação dos trabalhos em mais 90 dias.
– Dependemos dos documentos que solicitamos para montar o relatório, mas a Prefeitura está se recusando a nos entregar. Com a prorrogação do prazo, e a presidência acionando a justiça para que os documentos sejam apresentados à CPI, acreditamos que conseguiremos convocar quem tiver que ser convocado para prestar esclarecimentos e montar esse relatório final - informou Davi.