Turismo

Turismo: 'Temos uma condição única no Brasil', diz presidente do Condetur - Costa do Sol

Em entrevista à Folha, Marco Navega fala sobre sustentabilidade e conectividade

7 AGO 2023 • POR Redação • 13h20

Conectividade e sustentabilidade. Essas são palavras- chave que sintetizam as principais preocupações de Marco Navega, presidente do Conselho de Turismo da Região da Costa do Sol (Condetur – Costa do Sol). A entidade representa 13 municípios: Maricá, Saquarema, Araruama, São Pedro, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Casimiro de Abreu, Armação dos Búzios, Rio das Ostras, Macaé, Carapebus e Quissamã. Navega falou com a Folha durante a 5º Feira de Fornecedores da Gastronomia e da Hotelaria, em Cabo Frio.

Folha – Existe motivo para otimismo em relação ao desenvolvimento turístico da Costa do Sol?

Marco Navega – Claro. Vivemos a reclusão de quase dois anos. Foi uma reclusão séria. Todo mundo parou. Na reabertura, tivemos a grande tendência do turismo de proximidade. Começamos a receber gente do Rio e do Grande Rio, que já tinha costume de viajar para o exterior e outros lugares. Depois, veio gente do sul de Minas, do nordeste de São Paulo... Aumentou muito a procura.

Folha – Quais são as principais demandas do Condetur – Costa do Sol hoje?

Navega – Hoje trabalhamos, principalmente, conectividade. Não adianta dizer que somos uma região turística, se não temos estradas de boa qualidade, se não temos boa internet, se não temos voos com chegada de turistas. Temos uma condição única no Brasil, com quatro aeroportos: um aeroporto em Maricá, um aeroporto internacional de Cabo Frio, um aeroporto de pequeno porte em Búzios e um aeroporto bom em Macaé. Queremos que os empresários comprem a ideia de que podemos receber turistas por via aérea. Além disso, temos martelado junto ao governo do estado para que tenhamos estradas melhores e sinalização turística. Precisamos de estradas sinalizadas, cidade sinalizadas. Estamos discutindo, na forma básica, conectividade. Isso tudo é um pacote para beneficiar o morador e o visitante.

Folha – A próxima alta temporada pode ser melhor dos últimos anos?

Navega – Com certeza. Vamos receber muitos visitantes. Mas temos desafios. Precisamos entender qual a nossa capacidade. Em 2019, Cabo Frio recebeu 1,2 milhão visitantes nacionais ao longo de 12 meses. São 100 mil pessoas em média por mês. Mas nós sabemos que, na situação de verão, você tem 300 mil pessoas a mais na cidade. É quase que humanamente impossível o poder público dar assistência para isso tudo. Precisamos fazer um dever de casa e estudar qual a nossa capacidade. E vender nesse limite. Paralelamente, tentar atrair o turismo que realmente traz divisa.

Folha – Como é o desafio de fazer as cidades entenderem seu potencial turístico de forma integrada?

Navega – A gente tem facilidade porque a região, turisticamente, á a mais robusta do Brasil, não somente do estado. Temos três municípios categoria A no mapa do turismo brasileiro: Cabo Frio, Búzios e Macaé. No Brasil, temos 57 cidades categorizados como A. Três deles estão na Costa do Sol. Temos quatro categorias B: Saquarema, Araruama, Arraial do Cabo e Rio das Ostras. Há 240 cidades na categoria B no Brasil inteiro. Se temos 5.770 municípios, pense que temos aqui quatro municípios na categoria B, três categoria na A e quatro na categoria C. Quais estão na C? Maricá, São Pedro, Iguaba Grande e Casimiro de Abreu. Carapebus é categoria E, mas, ainda assim, está categorizado e faz parte do mapa. Nossa região é muito forte, mas precisa ser mais reconhecida pelos governos estadual e federal. Temos