Morre o oftalmologista Demócrito Azevedo, membro fundador da Academia Cabo-friense de Letras
Cabo Frio se despede, nesta quinta-feira (15), do oftalmologista e ex-secretário de Saúde, Demócrito Jônathas Azevedo. Nascido em Recife, em 5 de dezembro de 1934, ele adotou a Região dos Lagos como local de coração, chegando também a atuar como médico na unidade de saúde da Base Aero Naval de São Pedro da Aldeia e também da prefeitura aldeense. As causas da morte não foram reveladas, nem o horário de velório e sepultamento.
Segundo o pesquisador Achilles Pagalidis, Demócrito formou-se em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1958. Chegou ao Rio de Janeiro, em 1959, prestando concurso para a Escola de Saúde do Exército, de onde saiu como 1º tenente. Ingressou, por concurso, no quadro de saúde da Marinha Brasileira, em 1960, tendo obtido o segundo lugar servindo no Cruzador Tamandaré, na Escola Naval. Fez Pós-Graduação na “Aviation Medicine Course e “Basic em Clinical Science in Ophthalmology”, na Flórida, em Pensacola (Medicina de Aviação), e serviu na Base Aero Naval de São Pedro da Aldeia, a partir de 1965.
Demócrito era membro do American College Surgeons, Internacional College Of Surgeons, Sociedade Americana de Oftalmologia, Academia Nacional de Medicina, Titular Emérito da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, do Colégio Brasileira de Cirurgia, honorário do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Centro de Estudos Professor Aloysio Amâncio e professor emérito da Faculdade de Medicina de Campos. Tinha mais de 60 trabalhos científicos publicados em revistas internacionais e ministrou diversas conferências, cursos, palestras etc.
Achilles lembrou, em postagem feita na página do Memorial Cabo Frio, no Facebook, que o médico também enveredou-se pelos caminhos da literatura, sendo membro fundador da Academia Cabo-friense de Letras, membro da Academia Brasileira de Médicos Escritores e membro da Academia Fluminense de Letras. Dentre os seus trabalhos, vinha se dedicando em especial aos estudos e pesquisas sobre o poeta, teatrólogo e novelista cabofriense Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa, criador do 1º Romance no Brasil. No segmento musical, ele compôs a letra da música “Amor Infinito” no disco com o título “Feito em Casa” (1974), gravada por Elizeth Cardoso, em parceria com o filho da cantora, Paulo Valdez.
O pesquisador também revelou que Demócrito tinha vários títulos, entre eles Cidadão do Rio de Janeiro, Comenda Teixeira e Sousa, Medalha Major Bellegard, Méritos Tamandaré e Cultural da Sociedade Brasileira de Filologia e o título de membro honorário do Lions Clube de Cabo Frio, em decorrência dos serviços prestados à comunidade por realizar diversas campanhas de prevenção da cegueira na Região dos Lagos.