A jornalista e historiadora Renata Cristiane de Oliveira, de 49 anos, foi vítima de um ataque racista nesta sexta-feira (1). Em um vídeo publicado em suas redes sociais, a diretora do Portal RC24h mostrou mensagens coladas em um ponto de ônibus da rodovia RJ-140, altura do bairro Porto dos Milagres, em São Pedro da Aldeia, nas quais é chamada de "macaca". 

Também conhecida pela sua atuação combativa em pautas identitárias, como as lutas antirracista e contra a LGBTfobia, Renata se pronunciou para os internautas, após ser informada pelo WhatsApp e se dirigir ao local. 

"Lamentável. Desagradável pra caramba isso. Constrangedor, angustiante, e dá vergonha! Não só por essa situação mas vergonha alheia, vergonha por mim e vergonha pelo Brasil", disse ela. 

O vídeo rapidamente viralizou provocando repúdio ao ato e uma onda de apoio por parte de seus seguidores, amigos e colegas de profissão. As Prefeituras de Cabo Frio e de São Pedro da Aldeia e veículos de imprensa emitiram notas de repúdio pelo ocorrido. Em suas redes sociais, o prefeito de São Pedro da Aldeia, Fábio do Pastel condenou a ação criminosa. 

"Venho a público expressar meu repúdio a qualquer ato de racismo, por palavras ou atitudes em nosso município. Recebi com tristeza a informação sobre manifestações racistas em um cartaz fixado em via pública no nosso município. Isto é inaceitável! O respeito pelo ser humano é indiscutível. Além do mais, a história da nossa terra está permeada e indivisível da história do povo preto que aqui firmou as raizes da nossa sociedade, junto com outras etnias. Somos um povo hospitaleiro, acolhedor e respeitoso, e as manifestações que vieram a público hoje não condizem com a conduta do povo aldeense", escreveu. 

Este é o segundo episódio de racismo em São Pedro da Aldeia em pouco mais de uma semana. Na terça-feira retrasada (21), o estudante de Direito Wagner Muniz foi vítima da ofensa racial enquanto participava de um podcast. Um perfil de nome "Gabriel Silva" chamou Wagner de "neguin" (sic). 

"Esse neguin sai do podcast e já vai assaltar um pai de família", escreveu.

O caso foi registrado na Delegacia Especializada contra Crimes de Informática, no Rio, e no Ministério Público Federal, em São Pedro da Aldeia. 

(*) Nota da Redação: A Folha dos Lagos se solidariza com a jornalista Renata Cristiane e repudia veementemente atos de racismo e discriminatórios de qualquer espécie.