Às vésperas do primeiro dia das mães sem isolamento social (o último foi em 2019), o comércio de toda a Região dos Lagos já se prepara para um aumento nas vendas. A expectativa é recuperar o prejuízo dos dois últimos anos. Em Cabo Frio, segundo a Associação Comercial, Industrial e Turística (Acia) o aquecimento nas vendas deve ficar em torno de 20%. No entanto, em alguns setores, como floriculturas, esse número é bem maior. A previsão do setor de flores, que historicamente é um dos mais requisitados nesta data, é de um aumento em torno de 40% com relação ao ano anterior. 

Na Floratta, por exemplo, o aquecimento já é de 70%. Mas segundo o proprietário, Luan Iscadal, foi preciso investir em novos produtos para chamar a atenção dos clientes.

– Este ano tivemos que investir na criação de boxes personalizadas que, além de flores, vêm com presentinhos extras como vinhos, champagnes, chocolates, velas perfumadas, incensos, balões e caixas personalizadas, com o nome das mães. E graças a isso conseguimos superar nossa meta de vendas este ano - contou Luan, lembrando que as boxes personalizadas são feitas apenas sob encomenda. Além dos produtos personalizados, a floricultura também tem registrado grande procura por buquês de rosas e outras flores especiais, como copos de leite.

Mas, e as mães: o que será que elas realmente querem de presente neste domingo? O fim da pandemia e do governo Bolsonaro, por exemplo, são coisas que não se pode comprar. Mas é justamente este o presente desejado neste dia das mães pela jornalista e artesã Ana Lúcia de Oliveira, mãe da Luana, de 15 anos. Ela contou que por conta da pandemia, nos últimos dois anos não pôde comemorar a data com a família, em Volta Redonda.

– Mas agora, com todos vacinados, finalmente poderemos nos reunir - comemorou. 

Néia vai celebrar com as filhas 

Para a professora Néia Soares, desde o ano passado o dia das mães tem um significado especial: renascimento. Mãe de Carolina (28 anos) e Luíza (18), ela contou que em 2020 passou a data internada por causa da covid.

– Minha história do dia das mães em 2020 não foi legal: eu passei muito mal. Já estava com o pulmão comprometido. Fui na tenda de atendimento e só saí de lá 10 dias depois. Fiquei com sequelas que até hoje cuido. Então, o que eu espero desse dia das mães é saúde, paz, acolhimento e muito amor.

A empresária Márcia Teresinha Gasda contou à Folha que o melhor presente de dia das mães é o amor dos filhos Luan (22) e Rafaela (16).

– Nossa felicidade é estarmos juntos, sempre. Nos últimos dois anos, diante do isolamento decorrente da pandemia, a comemoração foi diferente, mas não menos especial. Aprendemos que o estar juntos é o mais importante, afinal de contas, o que deixa uma mãe mais feliz é estar na companhia dos filhos, não importa o lugar. Esse ano carregamos o mesmo sentimento e a expectativa é estarmos juntos, felizes e com saúde - revelou.

Janaína, com o filho Arthur

A jornalista Janaína Garcia é mãe do pequeno Arthur, de 9 anos. Ela contou que durante a pandemia viu pessoas de todas as faixas etárias, que sequer faziam parte do grupo de risco, perderem a vida para a covid-19, e isso mexeu muito com o lado mãe dela. 

– Apesar de desde o nascimento do meu filho ele ter se tornado a maior prioridade da minha vida, eu aprendi que olhar pra mim também era importante, para que eu tivesse saúde para acompanhar o desenvolvimento dele. Então, nesse Dia das Mães, eu não consigo pensar em nada material. Meu presente dos sonhos é poder ver meu filho crescer saudável e se tornar um homem íntegro, feliz, que seja gentil com as pessoas e que consiga ocupar os espaços que ele desejar.

Ainda por conta da pandemia, Janaína lembra que nos últimos dois anos passou a data distante da avó para preservar a saúde dela. Este ano, no entanto, ela lembra que todos estarão juntos, mas ainda tomando cuidados essenciais.

– O abraço, o toque físico, ainda ficará de lado, mas reunir toda a família será muito bom - contou.

Ver os filhos bem, felizes e com saúde, é o presente dos sonhos da professora e coordenadora geral do Sepe Lagos, Denize Alvarenga, mãe de Mauro Neto (21) e Lorena (27).

Denize, com os filhos Mauro Neto (21) e Lorena (27)

– Ano passado meu dia das mães foi completamente atípico. Eu trabalho desde os 18 anos e trabalho muito. Meu dia das mães é sempre um corre-corre, e nesses dois últimos anos fomos forçados a desacelerar. Passamos dias, meses, anos em casa em uma verdadeira introspecção familiar. Foi difícil, apreensivo, muitas perdas, mas sobrevivemos. Esperamos poder estar juntos daqui para frente no dia das mães, dos pais, no natal, mas por opção, não por força de uma situação de pandemia.

Ouvidora na Prefeitura de Iguaba Grande, Bruna Gagliano Jucá é mãe de Juliana (18) e Bruno (15), e contou que o dia das mães, nos tempos de pandemia, e por conta do isolamento social, deixou sua marca “mas não teve a capacidade de nos isolar emocionalmente”.  

-–Amor incondicional, respeito e admiração, tornam-se potencializados quando aqueles que amamos não estão por perto. Mas superado esse período, o presente pretendido se traduz no reencontro, no melhor abraço e no melhor sorriso - revelou.

Maria Amélia Porto Sampaio Cardoso é empresária e mãe da Laurinha, de 9 anos. Para ela, o melhor presente que gostaria de ganhar no dia das mães é ver o desenvolvimento da filha como ser humano. 

– Em um mundo onde os valores estão totalmente invertidos, ver minha filha com um caráter admirável, com um coração bondoso e prestativo, e principalmente apaixonada pela nossa família, é o melhor presente. Em 2020, devido a pandemia, não pudemos comemorar como de costume, e muito menos gastar com presentes. Então minha filha, junto com meu esposo, compraram um  vasinho pequeno de suculenta, e junto da flor minha filha fez uma cartinha. E esse simples gesto foi muito mais valioso e significativo do que qualquer presente caro - relembrou, avisando que para a comemoração deste ano já está programando um almoço em família “cheio de muito amor”.

Heloisa que ver filho Abraão vencer na vida

A jornalista e funcionária pública Heloisa Barros Silva não tem dúvida: ver o filho Abraão, de 14 anos, vencer na vida, é o melhor de todos os presentes.

– Isso é algo que rezo desde que ele nasceu. Sempre passei o dia das mães com meu filhote e minha mãe, geralmente passeando, e almoçando fora..Com a pandemia, em 2020 ficamos em casa assistindo o especial de Roberto Carlos, e em 2021 almoçamos na casa da minha irmã: um prato com camarão maravilhoso. Para esse ano, espero assistir a missa logo cedo, depois levar meu filho ao shopping para almoçarmos. E de tarde lanchar com minha mãe, que vai fazer 90 anos em agosto, e com meus irmãos. 

Publicitária e empresária, Ana Beatriz Dias Couto, é mãe de Theo (7) e João (2). Com uma rotina de vida corrida, dividida entre cuidar das crianças, da agência de marketing digital e dos restaurantes da família, ela não pensa duas vezes:

– Meu presente dos sonhos, sem nenhum exagero ou falsa fantasia, seria ter mais tempo pra mim. Um dia sem preocupação de trabalho ou filhos. Um dia sem ter que pensar se comeu bem ou se chorou na escola. Sem pensar que preciso enviar a proposta do cliente ou o material solicitado no trabalho. 

Sobre a expectativa para a comemoração da data, este ano, ela lembra que nos últimos dois anos, por conta da pandemia, não conseguiu reunir a família toda, como sempre faziam.

– Mas ainda assim foi perfeito. Não tenho nada do que reclamar. Mas, para este ano, a expectativa é reunir a família inteira e festejar, mas nada diferente do que costumamos fazer. Até porque, por aqui, o dia das mães é de fato só mais uma data: tentamos mostrar para as crianças que precisamos demonstrar amor sempre, e não somente em datas específicas.