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Guarda ambiental faz alerta sobre a chegada de pinguins

Animais costumam aparecer no Brasil durante o inverno

18 JUN 2015 • POR • 09h25

FILIPE CARBONE

A chegada do inverno no Brasil pode trazer às praias da Região dos Lagos pinguins que procuram por um ambiente mais quente para passar a temporada de frio. No entanto, é comum associar esses animais, que vivem, em grande maioria, no polo sul, com a necessidade de mantê-los em um ambiente gelado. Leonardo Sandre, diretor geral da ONG Instituto Ecológico Búzios Mata Atlântica (IEBMA) e guarda parque do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), explicou as precauções para quem encontrar esses visitantes nas praias.

– O primeiro passo é observar se o animal está em um local seguro. Se ele estiver, é importante que não toque nele, pois eles são transmissores de muitas doenças, e ligar para Corpo de Bombeiros, Inea ou até mesmo a prefeitura. Caso ele não esteja em locais seguros (beiras de estrada ou sendo jogados contra as pedras das praias), a pessoa deve retirá-lo do local e fazer a ligação para os órgãos – explicou. 

Para ele, é comum as pessoas associarem pinguim a frio, e isso piora a situação do animal que, na verdade, precisa ser aquecido. Ele diz que a temperatura corporal do pinguim é 39°C e a partir do momento que ele entra em contato com o gelo passa a correr risco de vida.

– Nunca se deve colocar o animal no gelo. Muitas vezes eles chegam aqui machucados. Esses ferimentos em contato direto com o frio pode reduzir tanto a temperatura que pode levá-lo a morte. Mantenha ele aquecido, com jornais em volta – afirmou.
Cidades como Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios já chegaram a registrar 3.500 pinguins nas praias, em 2012. Entretanto, essa frequência não faz com que a região se prepare para essas situações.

– É uma pena a cidade não ter um centro para receber estes animais. Faz uma falta muito grande e cria um buraco na sociedade. Deveríamos ter um centro de tratamento de emergência para que esses problemas sejam resolvidos de forma mais eficiente – apontou.
Segundo Leonardo, independente da época do ano, é de grande importância a criação de um centro para receber os animais. Ele informa que outros animais silvestres que são capturados ficam um tempo muito grande no centro de triagem, que aumenta o tempo de espera para ele voltar à natureza.

– Não podemos falar apenas de pinguins. Vimos gambás, pássaros e outras centenas de espécies que sofrem acidentes no meio urbano com frequência. Se tivéssemos centros de emergência, os animais seriam tratados e voltariam para a natureza. Como não temos um, temos que mantê-los na triagem por mais tempo que o recomendado – explicou.