CHORA O SAMBA

Brasil perde Nélson Sargento, aos 96 anos, vítima da Covid-19

Baluarte e presidente de honra da Mangueira já havia tomado as duas doses da vacina

27 MAI 2021 • POR Redação • 13h00
Sargento era Baluarte e presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira. - Reprodução EBC

Morreu na manhã desta quinta-feira (27) o sambista Nélson Sargento, de 96 anos. Ele estava internado desde a última sexta-feira (21) no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio, depois de ser diagnosticado com a Covid-19. Nélson também já havia sofrido com um câncer de próstata há alguns anos. Baluarte e presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira, Nélson Sargento já havia tomado a segunda dose da vacina no dia 26 de fevereiro.

Sargento no nome, mas artista da mais alta patente da Cultura nacional, Nélson Mattos nasceu em 25 de julho de 1924, na Praça 15, região central do Rio. Ganhou o apelido que após uma rápida passagem pelo Exército. Não tinha vocação para armas, mas para a caneta de poeta, cuja inspiração legou à Música Popular Brasileira obras imortais como 'Primavera' (As Quatro Estações); 'Cântico à Natureza'; 'Acabou o Meu Sossego' e a mais famosa dela, 'Agoniza, mas Não Morre'.

Integrou o grupo A Voz do Morro na década de 1960, ao lado de Paulinho da Viola, Zé Kéti, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, José da Cruz e Anescarzinho. Foi reverenciado e gravado por dezenas de artistas ao longo de décadas. Como ator, participou de filmes como 'O Primeiro Dia', de Walter Salles e Daniela Thomas; 'Orfeu', de Cacá Diegues; e um documentário 'Néslson Sargento da Mangueira', pelo qual levou o Kikito do Festival de Gramado em 2017. Em 2015, foi homenageado pela escola de samba Inocentes de Belford Roxo. Também era artista plástico, escritor e pesquisador.

Morte por Covid após imunização é tratado como 'evento raro' – Cientistas apontam que a complicação no quadro de saúde e a morte por Covid-19 após tomar as duas doses da vacina são 'eventos raros', mas podem ocorrer, pois não há vacina com 100% de eficácia. 

Para a bióloga e divulgadora científica Natália Pasternak, casos individuais não devem ser olhados para falar sobre a qualidade de uma vacina e sim como ela se comporta no conjunto da população. Deste modo, a recomendação segue sendo tomar as duas doses e manter os hábitos de proteção como uso de máscara, álcool gel e o distanciamento social.

"Em outras palavras, se você tomar a CoronaVac, você reduz pela metade ou em 50% a sua chance de ficar doente comparado com alguém que não se vacinou. É isso que essa vacina faz. Ela reduz a sua chance de ficar doente pela metade. Já a sua chance de desenvolver doença grave é reduzida em praticamente cinco vezes comparado com alguém que não se vacinou. Nenhuma vacina oferece proteção de 100%", explicou a especialista ao Portal G1.