Cabo Frio

Vereadores defendem pautas da reforma

Em Cabo Frio, membros do legislativo são favoráveis ao distritão e fim da reeleição

29 MAI 2015 • POR • 10h43

RODRIGO BRANCO

As discussões sobre a reforma política encontram eco em todo país e na Câmara Municipal de Cabo Frio não poderia ser diferente. Entre uma ou outra observação em particular, os parlamentares ouvidos pela Folha disseram ver com bons olhos a reestruturação do sistema político-eleitoral no país. Mudanças como a do fim da reeleição para cargos majoritários (presidente, governador, senador e prefeito), aprovado anteontem, e a do ‘distritão’, derrotada na última terça, mas que deve voltar à pauta no Senado Federal, segundo o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), são vistas com bons olhos pelos legisladores cabo-frienses.
Alinhado ao posicionamento do seu partido, o Pros, o vereador Emanoel Fernandes defendeu a proposta do ‘distritão’, que prevê a eleição dos candidatos mais votados independentemente dos partidos, coligações e do coeficiente eleitoral. Ele não concorda que o sistema, enfraqueça as siglas.
– O que a gente ouvia muito nas ruas é que gostariam de ver eleitos aqueles em quem eles depositassem o voto. Ou seja, o ‘distritão’ beneficiaria os mais votados. Porque hoje no processo eleitoral, muitos se perdem porque os votos em um candidato puxam dois, o chamado ‘efeito Tiririca’ – disse, citando o comediante filiado ao PR-SP, que teve mais de um milhão de votos no ano passado e que, pelo atual sistema proporcional, abriu vagas para dois colegas na Câmara Federal.

Por sua vez, Adriano Moreno (PP), não poupou críticas ao Congresso Nacional. De acordo com ele, que também defende o ‘distritão’ e o fim da reeleição, as discussões sobre reforma política acontecem apenas nos momentos de crise, para tirar a ‘atenção da população’.
– Infelizmente, isso demonstra que os políticos não estão preocupados com os anseios da população. Uma vez que em toda época de crise, eles vêm com a bandeira de reforma política. E agora tiveram a cara de pau com essa bandeira de reforma e votaram contra tudo que eles pregaram – dispara ele, que prossegue.
– Não tenho dúvida de que o sistema ‘distritão’ representaria os anseios da população, já que seriam eleitos os mais votados. Com relação ao com o fim da reeleição, concordo que está na hora porque no primeiro mandato a gente vê um empenho dos governantes de fazer e acontecer, já no segundo, existe morosidade e não o anseio de resolver o problema da população – acredita.
Na opinião do presidente da Casa, Marcello Corrêa (PP), a aprovação da emenda que extingue a reeleição representa o fim da vantagem de quem controla a máquina administrativa. Apesar de reconhecer que se trata de uma posição inusitada por fazer parte da base governista, a medida não tem efeito sobre as últimas eleições municipais (2012) e estaduais (2014).
– No meu caso era para ser favor da reeleição, pois tem o caso do meu pai, o prefeito Alair Corrêa (PP), que é pré-candidato à reeleição, mas no meu modo de pensar é uma covardia a reeleição para quem tem a máquina na mão. Nós vivemos essa experiência e quem tem esse controle já sai na frente de todos – admite Marcello.
Também favorável ao mandato único de cinco anos, Rodolfo Machado (PPS) defende a ideia da unificação dos pleitos federal, estadual e municipal. Segundo ele, atualmente, sem a coincidência das datas, a produção parlamentar é prejudicada a cada dois anos, por conta da agenda pré-eleitoral.
– Eu também concordo com a unificação das eleições, porque quando elas acontecem de dois em dois anos o trabalho na Câmara para. Por exemplo, no ano passado, tivemos três vereadores que se candidataram a deputados e outros vereadores que apoiaram outros candidatos e isso esvaziava a plenária, pelos compromissos de campanha – argumentou.

*Leia matéria completa na edição impressa desta sexta-feira (29) da Folha dos Lagos.