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PT deve lançar candidato próprio à Prefeitura de Cabo Frio em 2016

Eduardo Kita é o nome mais cotado para fortalecer a sigla

25 MAI 2015 • POR • 14h18

 A estrela quer brilhar mais forte na Região dos Lagos nas eleições do ano que vem. Como parte da estratégia de fortaleci­mento do Partido dos Trabalha­dores no interior do Estado, pro­posta pelo presidente estadual da sigla, Washington Quaquá, a ideia é ter candidaturas próprias à prefeitura do maior número possível de cidades e com a Bai­xada Litorânea não é diferente.

Se, em Arraial do Cabo e Ar­mação dos Búzios, as pré-candi­daturas de Reginaldo Mendes e Carlos Alberto Muniz, respeti­vamente, parecem consumadas; em Cabo Frio, ao que tudo indi­ca, o caminho começa a ser pa­vimentado em direção à disputa majoritária. O primeiro passo do ‘projeto 2016’ foi dado durante um congresso municipal do PT realizado há algumas semanas, no qual, entre outras resoluções, foi levantada a tese da candida­tura própria, que embora ainda precise ser apresentada já conta­ria com a simpatia da Executiva Estadual.

Neste cenário, mesmo ainda sem a indicação formal, imedia­tamente despontam os nomes do vereador e presidente do diretó­rioo municipal Eduardo Kita e da secretária municipal de As­sistência Social Carolina Corrêa, com vantagem para o primeiro, parlamentar de quatro mandatos na Câmara e antigo militante do partido.

Embora admita que qualquer decisão em nível municipal pre­cisa ser confirmada pelas Execu­tivas Estadual e Nacional, Kita afirmou que a candidatura pró­pria é uma ‘tendência’ no ano que vem.

– Diferentemente de outros partidos, o PT não é cartorial, onde a pessoa é indicada por cartório e registro. Nós temos eleições internas e toda uma mecânica para que o presidente e a direção conduzam as ações partidárias de políticas locais. O que for decidido aqui em Cabo Frio é o que vai acontecer. O que os filiados e diretores do partido decidirem em termos de conjuntura política com certeza, pela democracia que impera no partido, será consolidado. Não existe aquele negócio de deci­são tomada por cima e caciques decidindo por nós. No PT, quem decide é a base – frisou.

Com mandato na Câmara ca­bofriense pela primeira vez des­de 1992, o PT pretende ampliar a sua bancada, hoje resumida à Kita. Sem uma orientação parti­dária definida quanto ao manda­to do prefeito Alair Corrêa (PP), de quem é parente, o vereador, hoje na base aliada do Governo, diz que eventuais composições com as forças políticas domi­nantes na cidade dependerão do momento e das circunstâncias.

– O partido tem me deixa­do muito à vontade quanto a isso. Mas eu posso afirmar que o Congresso, que é a instância mais ampla de discussão políti­ca, já decidiu pela candidatura própria, nada que não possa ser reformado lá na frente, mas sem­pre decidido por nós mesmos. Mas, a princípio, é hoje – disse.

Brigas internas no partido atrapalha

O projeto de expansão do PT na região pode ser ambicioso, mas os conflitos de bastidores podem atrapalhar bastante os planos da legenda daqui a 16 meses. Problemas em Arraial do Cabo e São Pedro da Aldeia, principalmente, têm potencial para render horas de diálogo e negociação, mas em alguns ca­sos o rompimento pode ser ine­vitável.

No município cabista, de­pois de seis anos no Governo, o partido rompeu com o prefeito Wanderson Cardoso de Brito, o Andinho, no fim do ano passado, por divergências no 2º turno das eleições (Andinho apoiou o go­vernador Luiz Fernando Pezão enquanto os petistas seguiram com Marcelo Crivella).

Por decisão tomada pela Exe­cutiva Municipal, o ex-secre­tário de Obras Carlos Roberto Pica-Pau e comissionados en­tregaram os cargos, mas o único vereador eleito pela sigla, Ayron Freixo, segue na base de apoio ao prefeito, situação que coloca em xeque sua permanência no parti­do. Apesar dos contratempos, o vice-prefeito Reginaldo Mendes já confirmou que é pré-candida­to à Prefeitura de Arraial.

Por sua vez, em São Pedro, a resistência é contra o prefeito Cláudio Chumbinho. Correntes partidárias o criticam pelo ali­nhamento irrestrito ao Gover­no do Estado. No ano passado, Chumbinho esteve no palanque com Pezão, enquanto o PT es­tadual caminhou com Crivella, orientação seguida inclusive pelo então candidato da sigla no 1º turno, Lindberg Farias.

No entanto, apesar do ‘ra­cha’, característico de uma si­gla historicamente dividida e de característica ‘assembleísta’, a expectativa nas bases é por um crescimento regional e estadual nos próximos anos.